O deputado Rogério Correia (PT-MG) destacou hoje (14), no plenário da Câmara, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se consolida como candidato preferido do povo brasileiro e venceria as eleições para presidente da República, caso fossem realizadas agora. Segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Ipec (Instituto de Pesquisas e Comunicação), empresa formada por integrantes do antigo Ibope, se as eleições fossem hoje, Lula teria 48% dos votos, Bolsonaro 21% Moro, 6%, Ciro Gomes, 5%, João Doria, 2%, e André Janones, 2%. No 2º cenário, o ex-presidente Lula teria 49%, Bolsonaro 22%, Moro 8%, Ciro 5% e Doria, 3%.
Com esses percentuais, 48% e 49%, Lula venceria em primeiro turno com o cálculo sendo restrito apenas aos votos válidos – sistemática usada pelas regras eleitorais brasileiras. Ele teria, então, 56,3% dos votos.
Governo péssimo
Rogério Correia observou que a aprovação de Bolsonaro está em queda livre, alcançando 27%, enquanto a reprovação atingiu a marca de 68%. Apenas 19% a classificam como “ótima ou boa” a administração do ex-capitão e 25% cravam-na como “regular”. Além disso, o Ipec revela que 70% dos brasileiros não confiam em Jair Bolsonaro como presidente da República e escassos 27% dizem confiar nele, informou o deputado, ao lembrar que 55% da população qualifica como ruim ou péssimo o governo do ex-capitão. “A pesquisa é o retrato do Brasil atual, mostra o que vem acontecendo com o bolso do povo brasileiro”, comentou o parlamentar.
O levantamento foi feito entre 9 e 13 de dezembro e ouviu 2.002 pessoas em 144 municípios. A pesquisa foi face a face. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança, de 95%. A partir do dia 2 de janeiro todas as pesquisas de intenções de voto terão de ser registradas no Tribunal Superior Eleitoral.
Na análise de Rogério Correia, o Brasil está à deriva com Bolsonaro. Com uma inflação que alcançou a marca de dois dígitos, os salários arrochados, o desemprego e subemprego atingindo mais de 30 milhões de pessoas, não há nenhuma ação do atual governo para mudar o dramático quadro social em que o pais está afundado. “É o quinto mês de queda da produção industrial, o terceiro de queda de vendas no varejo e o segundo de redução do volume de serviços”, sublinhou Rogério Correia.
Privataria
O deputado ressaltou que não existe recuperação econômica, como insiste em dizer o ministro da Economia, Paulo Guedes. “A economia está embicada para baixo”, disse. Ele atribuiu à visão neoliberal do atual governo o agravamento da crise, observando que a inflação é dolarizada por responsabilidade das diretrizes econômicas de Bolsonaro. Lembrou, por exemplo, que a dolarização de preços de combustíveis da Petrobras provocou aumentos em cadeia na economia nacional. “A Petrobras foi colocada a serviço de empresas internacionais e dos acionistas, não do povo brasileiro”, denunciou Rogério Correia.
Segundo ele, empresas como a Petrobras deviam estar a serviço da população brasileira, inclusive contribuindo com o combate à inflação. “É uma empresa pública que tem o dever de atuar no controle da inflação, com preços condizentes com a realidade do País, que é um dos maiores produtores de petróleo do mundo”. Assinalou que a Petrobras podia usar suas refinarias para tornar o Brasil autossuficiente em diesel e gasolina, com custos em reais, em vez de importar esses combustíveis de outros países em dólar.
Inflação galopante
O parlamentar mineiro criticou também o aumento da taxa de juros pelo Banco Central sob o pretexto de enfrentar a escalada da inflação. “Não se combate inflação com aumento da taxa de juros num momento como hoje, em que a economia já está lá embaixo”, disse. “Se aumentar a taxa de juros, vai cair ainda mais”.
Ele rebateu também o falso argumento de membros do atual governo de que privatizações seriam uma espécie da panaceia para salvar a economia e retomar o crescimento econômico. Nesse sentido, denunciou a tentativa de privatização dos serviços públicos por intermédio da Proposta de Emenda Constitucional da Reforma Administrativa (PEC 32). “É a privataria do serviço público, com privatização do SUS, do Fundeb, das universidades”, afirmou. “Com inflação, desemprego, fome quem imagina que o povo teria condições de arcar com os custos da educação e saúde”, indagou
Redação PT na Câmara, com agências