Pesquisa Datafolha divulgada nessa quarta-feira (19) revela pessimismo recorde da população brasileira em relação aos rumos econômicos adotados pelo governo de Jair Bolsonaro. Para 41% dos entrevistados, a economia do País vai piorar nos próximos meses. A desesperança da maioria dos entrevistados se sustenta no índice alarmante de desemprego e na inflação galopante. Em setembro, o PT apresentará seu Plano de Reconstrução Nacional.
Para 59% dos pesquisados o desemprego vai aumentar e 67% acreditam que a inflação vai subir nos próximos meses. E o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (20), que o desemprego no País atingiu a triste marca de 13,1% de taxa de desocupação, ou seja, 12 3 milhões de pessoas estão desempregadas.
Pessimismo
Avaliação da maioria dos entrevistados é compartilhada pelo líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado Enio Verri (PR). Para ele, esse pessimismo que registra a marca de 41% deve aumentar, caso o presidente Bolsonaro insistir em não manter o auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro.
“O governo Bolsonaro trabalha com a hipótese de extinguir ou diminuir pela metade o valor da renda emergencial. Ele diminui esse benefício, mas não há política para criação dos empregos que foram destruídos. Então, nós temos o aumento do desemprego, e ao mesmo tempo uma redução dessa renda que garante minimamente às pessoas se alimentarem. Isso implica que a tendência de futuro é ampliar a desesperança da população em relação ao seu futuro. Isso é muito ruim”, avaliou Enio Verri.
Reserva
O líder petista reafirmou a posição da bancada pela prorrogação até dezembro, do auxílio emergencial de R$ 600, aprovado pelo Congresso Nacional. Ele esclareceu que o custo que o governo tem com esse benefício é de R$ 50 bilhões/mês e, durante quatro meses, o governo desembolsaria R$ 200 bilhões. Esse montante, segundo Enio Verri, equivale a 50% dos lucros que o Banco Central tem com reserva cambial deixada pelo PT.
“Só o lucro que o Banco Central teve por conta das reservas cambiais que o PT deixou no governo é de R$ 400 bilhões. Então, usaríamos apenas metade do lucro do BC para financiar a renda emergencial até dezembro”, esclareceu o deputado.
Verri observou ainda, que isso daria para quando a pandemia chegasse ao platô e começasse a cair. “A economia poderia voltar lentamente e essa renda emergencial seria um instrumento para alavancar a recuperação da economia”.
Plano de Reconstrução Nacional
Enio Verri adiantou que o Partido dos Trabalhadores vai apresentar ao País, em setembro, o Plano de Reconstrução Nacional. Ele explicou que se trata de um projeto para a recuperação da economia brasileira no curto, médio e longo prazos. “Estaremos apresentando propostas em todas as áreas, não só na economia, mas também na área ambiental, inclusão social, de assistência social, de saúde e educação”.
“É um grande projeto discutido pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com dirigentes partidários, dos movimentos sociais, intelectuais que compõem as nossas universidades, com apoio dos Núcleos de Políticas Públicas (NAPP) que temos de várias áreas internas do Partido dos Trabalhadores. Portanto, no mês de setembro nós vamos apresentar à sociedade o nosso projeto completo”, enfatizou Enio Verri.
Desesperança
O patamar da desesperança do povo brasileiro pulou de 11% em abril de 2019, para 12% em julho e 14% em agosto do mesmo ano. Agora, segundo os dados, atingiu o recorde de 41% de avaliação negativa no campo da economia.
Benildes Rodrigues