Apesar da pressão do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer pela aprovação de medidas no Congresso que incluem a entrega do patrimônio público e a redução do tamanho do Estado, a população brasileira emite sinais de que não concorda nem com a privatização e muito menos com a venda de ativos de empresas estatais. Essa é a constatação de uma pesquisa nacional do Instituto Paraná Pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (27). Do total de entrevistados, 60,6% se declararam contrários à privatização de estatais; 33,5% foram favoráveis e 5,9% não souberam ou não opinaram.
A pergunta dirigida aos entrevistados foi: “Com o objetivo de melhorar a situação econômica do Brasil, o governo Michel Temer planeja vender, ou seja, privatizar algumas empresas e ativos estatais. O Sr (a) é a favor ou contra essa medida?”.
A pesquisa também coletou a opinião dos entrevistados sobre a venda das principais estatais federais. Mesmo com toda a propaganda da grande mídia e de membros do governo golpista de Temer sobre as “maravilhas” da entrada do setor privado em negócios dominados pela Petrobras, 63,3% se declararam contra a privatização ou venda de ativos da estatal. A favor do entreguismo se posicionaram 31,1%, enquanto 5,6% não souberam ou não opinaram.
Em relação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 62,4% são contra a venda, 32,3% a favor, e 5,3% não souberam ou não opinaram.
A pesquisa também constatou que a privatização dos bancos públicos desperta a maior rejeição. Quando perguntados sobre uma eventual privatização do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, 67,5% responderam ser contra a medida, 26,8% foram favoráveis e 5,7% não souberam ou não opinaram.
A pesquisa, realizada entre os dias 20 e 23 de julho, ouviu 2.020 pessoas maiores de 16 anos em 158 cidades de 24 estados, mais o Distrito Federal. Segundo o instituto, o grau de confiança é de 95%, e a margem de erro é de 2%.
Pré-Sal – Na contramão da vontade popular, o governo ilegítimo e golpista de Michel Temer defende a votação imediata do projeto de lei (PL 4.567/16) que retira a exclusividade da estatal na operação de exploração do pré-sal, ampliando a participação das empresas estrangeiras. A proposta tem como autor o senador licenciado e atual ministro interino das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP).
O PT e outros partidos políticos de esquerda, assim como movimentos sociais e sindicais e mesmo setores da sociedade defensoras do fortalecimento da soberania nacional, consideram a aprovação da proposta um “crime de lesa a pátria” e uma tentativa de privatização do pré-sal.
Na última quarta-feira (27), após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), revelou que pretende colocar o assunto em votação ainda em agosto no plenário da Casa.
Héber Carvalho com agências