“É lamentável o silêncio das principais entidades empresariais do Brasil diante das denúncias e provas contra o presidente Michel Temer”. A afirmação foi feita pelo deputado Pepe Vargas (PT-RS) na tribuna da Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira (30) para questionar os grandes empresários brasileiros que nada dizem em relação aos crimes praticados pelo presidente da República.
Para Pepe, a abstenção das lideranças empresariais frente a crimes comprovados contrasta com o ativismo que tiveram diante do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “As pedaladas (fiscais) eram gravíssimas, agora, o crime de prevaricação, suborno e obstrução à justiça, ah isso não é grave. Esse posicionamento do empresariado revela uma visão instrumental da ética e uma visão de ocasião sobre a democracia. Não importa se o governo é legítimo. ‘Se ele faz a minha agenda andar, eu apoio’. ‘Se retira direitos dos trabalhadores, logo o presidente é legítimo e deve permanecer’. Isso é um absurdo”, afirmou.
O deputado questionou ainda o que virá a seguir, se mesmo com provas contundentes contra o presidente nada acontece, uma nova ditadura não é impossível. “A solução não é um congresso que tem baixa credibilidade, trancado a quatro paredes e cercado para impedir o aceso do povo, decidir quem é o presidente da República. A solução passa por eleições diretas e pela aprovação da Proposta Emenda Constitucional que dará estabilidade política ao país. A soberania popular é que tem que decidir a saída desta crise”, sustentou.
(AP)