O deputado Pepe Vargas (PT-RS) segue em uma cruzada para mobilizar os trabalhadores contra a reforma da Previdência. Neste final de semana ele esteve em mais dois municípios da Serra Gaúcha para alertar a classe trabalhadora sobre os riscos de perdas de direitos caso a proposta do governo federal seja aprovada no Congresso Nacional.
Na noite da última sexta-feira, o parlamentar que é titular na Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados esteve em Canela, onde participou de plenária promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade, com a participação de trabalhadores e vereadores da região e que teve como encaminhamento a realização de uma audiência pública conjunta entre as câmaras municipais de Canela e Gramado. No sábado Pepe participou de panfletagem e conversou com a população de Bento Gonçalves.
No salão da igreja do bairro Canelinha, em Canela, Pepe explicou que a proposta do governo torna praticamente impossível aos brasileiros se aposentarem recebendo o salário integral. “A reforma é desumana e injusta com os trabalhadores que ganham menos. Pela proposta de Temer, ninguém se aposentará ganhando o valor atual. Não há regra de transição que garanta o valor integral da aposentadoria”, afirmou.
Pepe também lembrou que a proposta do governo acaba com a aposentadoria especial. Um metalúrgico ou metalúrgica que trabalhem há 25 anos em atividade prejudiciais à saúde, por exemplo, que tenham 50 anos de idade, hoje têm direito a pleitear a aposentadoria especial que, neste caso, de sempre terem sido metalúrgicos, terá salário de benefício de 100%. “Com a nova regra, estes trabalhadores teriam de trabalhar até os 55 anos e a remuneração de sua aposentadoria seria de apenas 81% do salário de benefício. E o cálculo levará em conta todas as contribuições e não apenas as 80% melhores”, alertou.
Em Bento Gonçalves, Pepe distribuiu material informativo e conversou com a população que passou pela Via Del Vino na manhã de sábado. Pepe aproveitou para provar com números que não é verdadeiro o argumento do governo de que a Previdência é deficitária. “A Previdência integra o sistema de Seguridade Social, que engloba a Previdência, Assistência Social e Saúde, estabelecido pela Constituição. Ao somar os recursos do sistema, sobra dinheiro para aposentadorias justas. Em 2014, sobrou R$ 55,7 bilhões e, em 2015, R$ 11,2 bilhões. Ou seja, a propaganda do governo quer enganar a classe trabalhadora e a sociedade, ao mostrar só uma parte do orçamento”, disse.
Na feirinha existente na praça, Pepe ouviu lamentos preocupados dos trabalhadores da economia solidária. “Essa reforma é muito nociva aos direitos dos trabalhadores. Não é reforma, é o fim da possibilidade de aposentadoria, por isso é preciso que todos se organizem e pressionem os deputados para que essa proposta não seja aprovada”.
Foto: Claiton Stumpf