“Muitos deputados que votaram a favor do prosseguimento da investigação contra Temer foram favoráveis à reforma trabalhista e isso significa que eles continuarão trabalhando para aumentar os lucros das empresas e enfraquecer o poder de resistência da classe trabalhadora”. A afirmação foi feita pelo deputado Pepe Vargas (PT-RS) na sexta-feira (1º), durante o seminário Reforma Trabalhista – Desafios, Resistência e Ação Sindical, realizado no Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv).
O encontro, promovido pelo Movimento Sindical da Serra Gaúcha, teve objetivo de debater a reforma e seus reflexos na retirada de direitos dos trabalhadores. Para o deputado, que votou contra a reforma, a proposta do governo já sancionada traz também outros riscos que ultrapassam a retirada de direitos.
“Temos que estar atentos também ao fato de que está havendo um brutal recrudescimento da violência tanto no campo quanto na cidade, especialmente contra movimentos sociais, mas isso não pode nos impedir de continuar lutando pelos direitos da classe trabalhadora”.
No evento, Claudir Néspolo, da CUT-RS, defendeu a unidade da classe trabalhadora. “Temos que fazer de 2018 a maior campanha de dissídio da história do Brasil porque ou a gente aproveita a oportunidade ou continuaremos perdendo direitos”.
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), chamou a atenção para a limitação imposta pela reforma trabalhista aos sindicatos. “A reforma limita a atuação dos sindicatos nas negociações, por isso os trabalhadores precisam se organizar. A regra do jogo mudou, mas o jogo precisa ser disputado. Vamos cerrar fileiras e resistir, pois queremos qualidade de vida para todos”.
(AP)