Sob um título sutil, o jornal Valor Econômico, em sua edição de quinta-feira (5), publicou nota que revela a intensificação do entreguismo golpista no setor petrolífero em 2017. “Cresce parcela estrangeira na produção de petróleo”, informou o diário que é o principal veículo econômico da burguesia brasileira.
“O programa de venda de ativos da Petrobras e o leilão do pré-sal devem acelerar neste ano o movimento de desconcentração da produção de petróleo e gás no Brasil. Embora a estatal continue sendo responsável pela operação dos principais projetos previstos para o ano, a companhia deverá ter um pequeno aumento de produção, enquanto crescimento das petroleiras estrangeiras e privadas nacionais tende a se intensificar”, diz a nota, sucinta, mas bastante reveladora.
Apesar de a Petrobras bater recorde atrás de recorde na produção do pré-sal e da rápida recuperação do seu valor de mercado* na bolsa em 2016, a submissão da direita ao capital estrangeiro é antiga e as promessas de entrega da maior riqueza brasileira foram explicitadas por ninguém menos do que o atual ministro de Relações Exteriores, José Serra, como revelou o Wikileaks já em 2011.
Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), é preciso resistir na defesa de que o petróleo existente no território brasileiro deve servir aos interesses do povo brasileiro. “Os golpistas estão entregando o petróleo do país. A participação das petroleiras estrangeiras aumentou 14% em 2016, e com previsão de crescimento de 90% no ano de 2017, enquanto a Petrobras deverá crescer apenas 2% na produção”, apontou o parlamentar gaúcho em sua página no Facebook.
“A Petrobras também está vendendo seu patrimônio por valor inferior ao que vale, justamente em um momento que o petróleo volta a subir, o que não acontecia há mais de três anos. O acordo de golpistas com as petroleiras do exterior não é novidade. Desde a década de 30 se luta para que o petróleo do Brasil seja dos brasileiros. Seguiremos essa luta”, acrescenta Pepe Vargas.
*Em 2016 a Petrobras mais do que dobrou, passando de R$ 101,3 bilhões em janeiro para R$ 209,4 bilhões no final do ano.
Rogério Tomaz Jr.
Charge: Bira