O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) afirmou, em pronunciamento no plenário, que o grande vencedor da eleição do final de semana “foi o ninguém”. “E sabe quem é o ninguém? A maioria dos eleitores votaram em ninguém. Em São Paulo, o ninguém ganhou a eleição do candidato João Doria, que venceu em primeiro turno. Nas capitais, as abstenções, os votos nulos e brancos superaram os votos daqueles eleitores que deixaram de votar, daqueles que não votaram em ninguém; superaram os votos dos que votaram nos candidatos que ganharam a eleição em primeiro turno”, explicou. Na avaliação de Pellegrino, houve um voto de protesto pelos eleitores.
“Precisamos refletir, porque é muito grave que isso ocorra no nosso País. Foi um voto de protesto, que se expressou na abstenção e no voto nulo. Não é motivo para alguns comemorarem, porque o verdadeiro resultado da eleição é a descrença na política e nos caminhos da política, é a descrença nas propostas”.
Nessa eleição, acrescentou o parlamentar petista, “o que imperou foi o poder econômico, embora proibido pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi acertada, mas pela metade do caminho, porque não poderia apenas proibir o financiamento privado, tinha que ter estabelecido o financiamento público. Houve falta de fiscalização, em muitos municípios, sobretudo nos menores, o caixa dois campeou, e a compra de votos também. E o poder econômico determinou muitos resultados eleitorais. Muitos prefeitos corretos, honestos, sérios, perderam seus mandatos pela ação de compra de votos, com a utilização escancarada do poder econômico. Essa foi, infelizmente, a verdade”, ressaltou.
Para Nelson Pellegrino, a condenação da classe política que acontece hoje no Brasil não permite o debate das ideias. “Não faz com que haja o debate de propostas. Portanto, essa confusão que foi essa eleição, com resultados negativos para muitos municípios que elegeram prefeitos que não têm nenhuma condição. Alguns até que já governaram o município, governaram mal, malversaram o patrimônio público e agora voltaram, por força do poder econômico ou por força dessa confusão geral que virou a política em nosso País”, concluiu o petista.
Gizele Benitz
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