O deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) revelou, em plenário, o risco que corre o Brasil e os brasileiros com a futura nomeação de Roberto Castello Branco para ocupar a presidência da Petrobras. O indicado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a petrolífera brasileira é conhecido por suas ideias privatistas, não escondendo seu apego exacerbado ao que diz respeito à iniciativa privada e revelando publicamente seu desprezo à atuação de empresas estatais.
“Ele é o que se chama de ‘Chicago Boy’, que é aquela turma que quer privatizar tudo, quer entregar tudo. Já veio dizendo que vai privatizar a BR Distribuidora e vários ativos da Petrobras. Preocupa-nos porque sabemos que o plano das grandes empresas multinacionais de petróleo é o pré-sal, porque essa é a maior reserva de petróleo descoberta no século 21. Só existe petróleo hoje na Rússia, no Oriente Médio, na Venezuela, no Brasil e nos Estados Unidos. O petróleo brasileiro é muito cobiçado”, explicou.
O parlamentar lembrou que a entrega da estatal brasileira ao capital estrangeiro começou com o governo Temer. O presidente ilegítimo e sua base deram início, há pouco mais de dois anos, a várias mudanças na legislação para permitir a empresas multinacionais abocanhar uma fatia maior do pré-sal. “E agora o governo Bolsonaro não só ameaça entregar o que restou do pré-sal como ameaça fazer privatizações da Petrobras”, detalhou.
Pelegrino disse ainda que essa intenção faz parte de um projeto das grandes empresas, das grandes potências estrangeiras, que é transformar o Brasil numa província, numa colônia exportadora de petróleo, reduzindo drasticamente a atividade de refino e transformando o País num mero exportador de petróleo.
Disse ainda que o caminho escolhido pelo o governo que aí está e pelo que vai substituí-lo faz uma escolha diferente de todas as outras nações do mundo. “Todas as empresas petrolíferas do mundo ou são empresas estatais ou são empresas nacionais, todas as empresas petrolíferas do mundo! A Petrobras é uma delas. E todas as empresas vão do poço ao posto, da extração do petróleo, do refino, da distribuição à venda na ponta, na bandeira”.
Posição no mundo – O deputado explicou que o Brasil ocupa no cenário uma posição estratégica como produtor de petróleo. “E, pertencendo a essa categoria de produtor, tem que pensar e agir como tal”, completou. Mas disse que as escolhas que estão sendo feitas – de venda de ativos da empresa – é um procedimento de enfraquecimento. “É uma política que vai matar a Petrobras, na prática, vai matar o País. E já estamos vendo as consequências: gás de cozinha a 85 reais; gasolina a 5 reais, óleo diesel a 4 reais”, apontou.
Para exemplificar o que a venda de ativos da Petrobras poderá significar para a economia do País, citou a decisão do governo Temer de fechar a planta da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), da Bahia e também de Sergipe. “O País do agronegócio não vai ter uma indústria de fertilizantes, vai ficar refém da importação de fertilizantes estrangeiros. É só para dar um exemplo da importância da Petrobras em todos os setores da economia. Como um país que é o País do agronegócio vai fechar duas plantas de fabricação de fertilizantes e que têm subprodutos, inclusive, para a empresa petroquímica também?”, questionou.
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