A aprovação em segundo turno da PEC 241, na Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (25), em Brasília, é mais uma etapa vencida pelo conservadorismo das elites brasileiras na agenda parlamentar do golpe, em detrimento dos direitos e conquistas da maioria da população. O que parece ser um processo muito fácil, dada à velocidade com que o governo ilegítimo tem empreendido sucessos, na pauta dos retrocessos, pode vir a se transformar na maior revolta do povo brasileiro em nossa história republicana.
“As fichas começam a cair e a população, que sentiu o gosto da atenção prioritária, da conquista de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários, de políticas públicas inclusivas, de empoderamento e promotoras de cidadania, pode se revoltar”, afirma o presidente do PT-PR, deputado Enio Verri (PT-PR). “A revolta do povo pode vir em grandes proporções”, disse.
Na opinião de Verri, que votou contrário à PEC, o processo que culminou no impeachment da Presidenta Dilma e sua saída do poder sem ter cometido nenhum crime de responsabilidade, precedido da desconstrução da imagem do PT, por meio de uma violenta campanha de ódio, foram apenas os primeiros passos e uma espécie de salvo-conduto para a implementação de todo um cronograma de retrocessos. A criminalização e perseguição ao ex-Presidente Lula, primeiro colocado nas mais recentes pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, também integram esse rol de ataques aos interesses do povo brasileiro.
“Quando o congelamento dos investimentos federais, ao longo dos próximos 20 anos, bater na porta das pessoas na forma de sucateamento e completa incapacidade de atendimento público em saúde e educação, na falta de recursos para implementar programas de moradia, de acesso à formação técnica, profissional e científica, na ausência de políticas de crédito para incentivo à produção local, na diminuição do poder aquisitivo da população e encarecimento de bens e serviços, todos vão compreender o que está por trás desse golpe e o tamanho da destruição que o governo de Michel Temer (PMDB), aliado aos tucanos e ao capital financeiro internacional, está promovendo no País”, destacou Verri.
A derrubada do regime de partilha do Pré-Sal para garantir recursos à educação e saúde e a entrega da exploração às multinacionais do ramo só agravam e completam o cenário.
“As pessoas vão entender, distantes da manipulação que hoje ensurdece e cega, que os estudantes secundaristas e universitários que ocupam escolas e faculdades em todo o Brasil estão resistindo e movendo uma luta por todos nós, em defesa dos direitos de todo o povo brasileiro”, afirmou o presidente do PT-PR. “Estão sendo criminalizados e repreendidos por exercerem legitimamente o direito de protestarem contra os ataques e retrocessos impostos pelo golpe”, completou.
Assessoria Parlamentar
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara