O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) usou a tribuna da Câmara na quinta-feira (9) para falar do caos que o governo ilegítimo de Temer está promovendo no Brasil. “O que nós estamos vendo agora, quase 1 ano depois do golpe que retirou a presidenta eleita do poder, é um país afundado numa grande recessão econômica pelos erros da política econômica deste governo, e um problema sério de desonestidade”, afirmou.
Como exemplo da desonestidade da turma do governo golpista, Paulo Teixeira citou as declarações recentes do amigo íntimo do presidente Michel Temer, José Yunes — que foi seu assessor e dizem ser seu sócio. Yunes revelou que recebeu em seu escritório, em São Paulo, R$ 4 milhões em espécie, entregues pelo doleiro Bolonha Funaro. Ele, então, entregou os R$ 4 milhões para Eliseu Padilha, ministro licenciado da Casa Civil.
“A finalidade daqueles recursos era financiar 140 deputados vinculados ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Portanto, a denúncia é grave, porque ela dá conta da compra do impeachment. Foram recursos ilegais, provenientes do caixa 2 da Odebrecht, entregues por um doleiro, que financiaram 140 deputados nesta Casa”, criticou.
Paulo Teixeira destacou ainda que, nesta semana, na delação da Odebrecht, seus dirigentes disseram que no Palácio do Jaburu, com a presença de Michel Temer e Eliseu Padilha, em um jantar, tratou-se da doação de R$ 10 milhões em recursos de caixa 2 para o PMDB e entregues a José Yunes. “Portanto, do tema da moralidade este governo não deu conta”, reforçou o deputado, relembrando que aqueles que promoveram o golpe prometiam um país melhor, baseado no crescimento e na honestidade.
Na avaliação do deputado Paulo Teixeira, além de ter enterrado o País numa insegurança, de ter jogado o País numa recessão profunda, “esse governo ilegítimo enterrou o Brasil na lama da desonestidade”. Ele citou os seis ministros que já caíram, outros dois ministros estão no centro dessas últimas denúncias, além do próprio Presidente da República que, chantageado por Eduardo Cunha, nomeou o indicado dele (Cunha) – deputado Osmar Serraglio – para o Ministério da Justiça.
Sobre o descrédito e a impopularidade de Temer, Paulo Teixeira destacou que neste carnaval o povo brasileiro, além de se divertir gritou: Fora, Temer. “E nesta semana, as mulheres foram às ruas do Brasil manifestar contra Temer e a sua reforma da Previdência. Uma reforma covarde, que prejudica principalmente as mulheres, uma reforma que poupa os ricos e maltrata os pobres”.
TSE – Paulo Teixeira falou ainda sobre a ação movida pelo PSDB, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pede a cassação da chapa Dilma/Temer na eleição de 2015. “O delator ouvido pelo TSE disse que deu R$ 9 milhões para o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, que disputou com a Dilma a Presidência da República. Parte desse dinheiro ficou para o senador tucano Anastasia, que foi o relator do impeachment. Portanto, isso demonstra como aqueles vestais hoje estão sendo desnudados, porque participaram de esquemas fortes de corrupção”.
Paulo Teixeira alertou ainda que nos próximos dias a crise política brasileira deve se aprofundar com o fim do sigilo das delações da Odebrecht. “Diante de toda essa conjuntura, o Supremo Tribunal Federal deveria anular o impeachment, porque ele foi comprado. E desta forma, este Congresso deve construir a formulação jurídica e constitucional de uma nova eleição direta para o Brasil. Fora temer! Eleição direta Já”, defendeu.
Vânia Rodrigues
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