Foto: Gustavo Bezerra
Em discurso na Câmara, nesta quarta-feira (11), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) desmontou o factoide montado pela revista Veja contra a então candidata Dilma Rousseff, na véspera do 2º turno da eleição presidencial do ano passado. À época, a revista publicou capa afirmando que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras, de acordo com o doleiro Alberto Yousseff. No dia da eleição, a imagem estampada por Veja foi massivamente reproduzida por eleitores do candidato tucano derrotado Aécio Neves.
Teixeira lembrou que o doleiro jamais havia feito tal declaração e que o julgamento da Operação Lava-Jato não tem qualquer acusação ao ex-presidente Lula e tampouco à atual presidenta. “Na véspera da eleição, uma das revistas soltou uma calúnia contra a Presidenta da República, numa tentativa de fortalecer o movimento de golpe, calúnia esta que se mostrou agora comprovada, porque não há qualquer acusação à Presidenta Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações em curso”, disse o deputado.
As declarações do senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) também foram contestadas por Teixeira. “Numa semana em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, ouvir um homem dizer que quer ver uma mulher sangrar é algo inadmissível. Além disso, sangrar remete a violência física e isso não é aceitável no debate democrático”, lamentou o deputado.
O parlamentar reprovou a oposição conservadora que não aceita a derrota nas urnas e estimula o golpismo entre setores da população. “Um dos partidos de oposição pediu recontagem dos votos e nada mostrou que pudesse diminuir o processo eleitoral. Depois disso, aqueles que há anos foram às ruas pelas Diretas Já, hoje namoram a direita neste País, a Direita que quer fazer a ruptura democrática, a Direita que quer o golpe, a Direita que não tem proposta para este País”, criticou o petista.
“Querem criar um impasse neste País. Ressuscitam o Carlos Lacerda, que dizia: ‘Não deixem que ela seja candidata’, como faziam com Getúlio. Se for candidato: ‘não deixem que ele se eleja’. ‘Se ele se eleger, não deixem que ele tome posse’. ‘Se tomar posse, não deixem que ele governe’. Fizeram isso com Getúlio Vargas e com João Goulart. E alguns democratas, que, há 30 anos, se insurgiram contra o Governo militar, hoje dizem que querem sangrar a Presidenta da República”, acrescentou Teixeira.
Citando personalidades que criticaram a “onda golpista”, inclusive o ex-ministro e fundador do PSDB, Luiz Carlos Bresser Pereira, Paulo Teixeira falou do ódio de classe que a oposição dissemina contra o PT. “Como disse Bresser Pereira, ‘eles têm ódio do PT porque ele defende os pobres’. Como disseram [Luis Fernando] Veríssimo e [Juca] Kfouri, ‘eles têm ódio das mudanças neste País’. Façamos o diálogo em torno da pauta econômica, em torno da pauta política, no combate à corrupção, mas não vamos aceitar a via da ruptura democrática”, concluiu Teixeira.
Rogério Tomaz Jr.