Paulo Teixeira defende aprimoramento de regras de controle do MP e Judiciário

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) defendeu hoje (14) o aprimoramento das normas de controle aplicadas ao Ministério Público e ao Judiciário, que gozam, na prática, de foro privilegiado. “É preciso aperfeiçoar e democratizar estas instâncias de controle, de forma a superar o corporativismo que ainda marca nosso sistema judicial”, disse o parlamentar.

“Por diversas razões, parcelas do Judiciário e do Ministério Público assumiram um protagonismo que ameaça o princípio da harmonia entre os poderes, estimulado pela narrativa da antipolítica”, argumentou. Ele lembrou que os integrantes do MP e do Judiciário são julgados apenas nas instâncias superiores.

As observações do deputado petista foram feitas em artigo a propósito de tese de integrantes do Judiciário em defesa do fim do foro privilegiado somente para políticos. Paulo Teixeira defendeu o aprimoramento das regras, mas observou que o foro privilegiado é importante para o pleno exercício do mandato parlamentar, inclusive para enfrentar as inúmeras regalias do Judiciário, como os salários de marajá que superam os tetos constitucional de R$ 33,7 mil.

“Que autonomia tem o Legislativo para corrigir tais distorções se cada juiz e qualquer promotor puderem acusar e julgar o parlamentar?  Em caso de extinção do foro, os parlamentares perderiam toda a independência para legislar sobre matérias sensíveis referentes ao Ministério Público e ao poder Judiciário”.

Leia a íntegra do artigo:

 

Proteção da sociedade

O foro especial por prerrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, é necessário para proteger a sociedade e o mandato dos seus representantes. Porém, para que não seja objeto de abuso, tem que se limitar aos temas relacionados aos mandatos e às jurisdições em que foram cometidos os atos dos acusados de ilicitude. A prerrogativa deve ser limitada também aos atos praticados dentro do próprio mandato, para que tal garantia seja uma proteção à sociedade e não um refúgio para os que cometem crimes e querem usar o foro como escudo.

 

Essa é uma discussão muito importante. Para os críticos da prerrogativa de função, sua extinção daria mais celeridade aos processos e garantiria um combate mais efetivo à corrupção. Essa é uma solução equivocada para um problema complexo. É falso, por exemplo, dizer que o foro necessariamente protege seu detentor diante da Justiça ou é sinônimo de impunidade.

Por exemplo, no caso Eduardo Azeredo, o ex-governador de Minas Gerais, envolvido no caso conhecido como “mensalão tucano”, a Ação Penal (AP) 536, perdeu a prerrogativa ao renunciar ao mandato de deputado federal e obteve assim um trâmite mais alongado. A denúncia foi oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2007. No mês de agosto, dez anos depois, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve em segunda instância a condenação de Azeredo. Ainda cabem recursos.

A prerrogativa de função foi incluída na Constituição exatamente para dar maior independência, autonomia e estabilidade para que o mandatário possa contribuir com a sociedade enquanto em seu cargo.

Para ilustrar, vamos tocar num tema atual do Estado brasileiro: os altos salários de funcionários do Poder Judiciário, que extrapolam o teto num cenário de necessidade de ajuste fiscal. Que autonomia tem o Legislativo para corrigir tais distorções se cada juiz e qualquer promotor puderem acusar e julgar o parlamentar?

Em caso de extinção do foro, os parlamentares perderiam toda a independência para legislar sobre matérias sensíveis referentes ao Ministério Público e ao poder Judiciário.

O mesmo acontece com prefeitos e prefeitas. Caso venha a ser julgado na comarca onde atua, como ficaria o juiz diante das forças políticas que se utilizam do judiciário em busca da destruição dos seus opositores?

Por diversas razões, parcelas do Judiciário e do Ministério Público assumiram um protagonismo que ameaça o princípio da harmonia entre os poderes, estimulado pela narrativa da antipolítica. Ambos também têm o que, na prática, constitui foro privilegiado. Seus membros são julgados apenas nas instâncias superiores. É preciso aperfeiçoar e democratizar estas instâncias de controle, de forma a superar o corporativismo que ainda marca nosso sistema judicial.

 

Paulo Teixeira é deputado federal pelo PT-SP

(Artigo publicado originalmente na edição do jornal O Globo do dia 14 de fevereiro de 2018)

 

PT na Câmara

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/