O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) destacou em plenário, nesta semana, a conclusão da fase de defesa da presidenta Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment, que comprovou, com depoimento e perícia técnica, que ela não cometeu crime de responsabilidade. Ele defendeu a volta da presidenta ao governo e afirmou que é fundamental que Dilma apresente uma carta ao povo brasileiro criticando e rejeitando a agenda neoliberal do governo provisório e golpista de Temer. “Que nesta carta ela faça uma autocrítica dos erros cometidos e que apresente um programa econômico de crescimento e geração de emprego e distribuição de renda e proponha um novo ciclo de reformas para o Brasil”, afirmou.
A primeira delas, na avaliação do deputado Paulo Teixeira, tem que ser a reforma política, tendo em vista que a natureza dos escândalos que o País vive são os vínculos do sistema político com o Estado brasileiro. Ele cita como erros deste vínculo o financiamento empresarial de campanha; o voto uninominal e o erro do Supremo Tribunal Federal, que julgou inconstitucional a cláusula de barreira. “E nós temos hoje uma proliferação de partidos. Estamos com mais de 33 partidos e há mais outros 33 sendo formados no Brasil”, denunciou.
Para o deputado Paulo Teixeira é fundamental que, além da reforma política, a presidenta Dilma Rousseff apresente também um novo modelo de governabilidade ao Brasil, “que tenha em mente a governabilidade social, a governabilidade da economia, e, como ela mesmo colocou aqui, o fim do patrimonialismo na questão pública”.
Justiça – Paulo Teixeira defendeu ainda a ida ao Supremo Tribunal Federal, no caso do Senado referendar o golpe. “Vamos à justiça porque não estão preenchidas as condições para o impeachment, não estão caracterizados os atos que levaram a uma eventual prática de crime de responsabilidade. Não preenchidos esses requisitos, não se pode impedir a presidente da República”, reforçou.
O deputado disse ainda que é tarefa dos que defendem a democracia tirar Michel Temer do poder. “Ele é um usurpador, não teve voto para presidir o Brasil e também não
resiste a uma investigação criminal”, afirmou. Paulo Teixeira destacou que Temer é citado em várias delações da Operação Lava-Jato, “principalmente pelos delatores da Eletrobrás, Eletronuclear, e Engevix”.
Objetivos do Golpe – Paulo Teixeira aproveitou para reforçar que o objetivo do golpe em curso no País é a implementação de uma agenda neoliberal que nunca teria condições de ganhar alguma eleição no Brasil. E destacou que o governo golpista quer diminuir o tamanho do Estado brasileiro para dar espaço ao mercado privado. O que será feito com a redução dos investimentos públicos em saúde, em educação.
“E erram aqueles que acham que só os pobres pagarão. Os pobres pagarão mais caro, mas todas as classes sociais: os pobres, a classe média, inclusive os ricos se beneficiaram do ensino como ele foi expandido no Brasil nos governos Lula e Dilma também pagarão.
Paulo Teixeira disse que da mesma forma os golpistas querem reduzir o investimento na saúde, o que prejudicará os pobres violentamente, porque são os pobres que utilizam a saúde pública. “Além dos pobres, toda a sociedade brasileira se beneficia do SUS”, afirmou o deputado, citando como exemplo o caso dos acidentes de trânsitos, quando todos recorrem ao Samu e vão para um hospital público. Destacou ainda os tratamentos de hepatite e Aids, dos medicamentos de alto custo e transplantes, uma vez que todos eles são feitos pelo SUS no Brasil”.
O deputado listou ainda na agenda neoliberal do governo golpista a reforma da previdência, a mudança no marco regulatório do pré-sal, a redução do papel dos bancos públicos e a privatização de uma série de empresas brasileiras. “É importante dizer que eles fazem um ataque muito pesado à democracia brasileira”.
Vânia Rodrigues
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