Não existe qualquer vínculo entre as questões investigadas pela Operação Zelotes, que apura denúncias de corrupção Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais – Carf, e a empresa Touchdown de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. A afirmação é do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), relator da subcomissão especial da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara e que acompanha a Zelotes desde o seu início. “É um factoide que tem a intenção clara de criar mais um fato político para atingir o ex-presidente Lula na véspera do seu aniversário de 70 anos”, enfatizou.
O deputado petista lembrou que a Operação Zelotes começou em março deste ano, para investigar fraudes fiscais empreendidas por um esquema criminoso que causaram mais de R$ 20 bilhões de prejuízo aos cofres públicos. “Essa mega-investigação até hoje vinha ocorrendo em segredo de Justiça e em duas oportunidades a Polícia Federal e o Ministério Público Federal fizeram 26 pedidos de prisão contra grandes sonegadores, escritórios de advocacia e de consultoria- e todas elas foram negadas. E, agora, estranhamente, na véspera do aniversário do ex-presidente Lula, sem qualquer fundamento e em uma ação de caráter espetaculoso e midiático, fazem busca nas empresas de seu filho”, criticou Paulo Pimenta.
O deputado acrescentou que esses factoides aparecem em momentos importantes para o Partido dos Trabalhadores como forma de disseminar o ódio contra a agremiação. Foi assim no episódio de detenção do João Vaccari, ex-tesoureiro do PT, às vésperas da comemoração dos 30 anos do partido, em Belo Horizonte, e do Zé Dirceu, às vésperas do Congresso do PT, na Bahia. “Isso não é uma coincidência, a utilização destas datas tem claramente um objetivo: atingir o PT, disseminar o ódio contra o partido”, reforçou.
Paulo Pimenta fez questão de defender o ex-presidente Lula. “Nós temos muita confiança no presidente Lula, sabemos que ele não tem nenhum tipo de envolvimento, qualquer irregularidade, refutamos e vamos denunciar mais essa tentativa de criminaliza-lo”.
O parlamentar acrescentou ainda que teve a oportunidade de questionar o Ministério Público Federal e a Polícia Federal sobre a Zelotes. “E eles me asseguraram, categoricamente, que não existe qualquer investigação na Zelotes que envolva o presidente Lula e a sua família”.
Nota de esclarecimento – O deputado Paulo Pimenta citou ainda nota divulgada pelo advogado das empresas do filho de Lula na qual assegura que a “Touchdown e a LFT jamais tiveram qualquer relação, direta ou indireta, com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais”.
“A empresa alvo da PF nesta segunda, organiza o campeonato brasileiro de futebol americano, torneio que reúne 16 times, incluindo Corinthians, Flamengo, Vasco, Botafogo, Santos e Portuguesa. Uma atividade totalmente lícita e completamente fora do escopo da referida Operação”, diz a nota.
O deputado Paulo Pimenta explicou ainda que a LFT Marketing Esportivo, foi associada indevidamente à edição da Medida Provisória 471. A simples observação da data da constituição da empresa, segundo o parlamentar, é o que basta para afastá-la de qualquer envolvimento com as suspeitas levantadas. A MP 471 foi editada em 2009 e a LFT constituída em 2011 – 2 anos depois. “A prestação de serviços da LFT para a Marcondes & Maltone ocorreu entre 2014 e 2015 – mais de 5 anos depois da referida medida provisória e está restrita à atuação no âmbito do marketing esportivo”, ressaltou.
Paulo Pimenta lembrou ainda que a MP 471 prorrogou incentivos que foram criados a partir de uma articulação em 1999, pelo então senador Antônio Carlos Magalhães, para incentivar a instalação de fábricas automobilísticas nas Regiões Norte e Nordeste. “Em 2009, a proposta foi aprovada por unanimidade, defendida no Congresso Nacional por Tasso Jereissati (PSDB-CE), José Agripino (DEM-RN) e tendo como relator José Carlos Aleluia (DEM-BA)”, enfatizou.
Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Lima