O deputado Paulão (PT-AL) criticou, na quarta-feira (13), o que chamou de tentativa de criminalização de movimentos agrários e a incitação ao ódio por parte de integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e do Incra.
Em pronunciamento no plenário da Câmara o petista destacou que a CPI tornou-se palco de criminalização de lideranças de trabalhadores rurais, de povos indígenas e de quilombolas. Segundo Paulão, foi o que ocorreu com o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos, convocado pela comissão na quarta-feira, em Brasília.
“Gostaria de prestar minha solidariedade ao Aristides, que é um companheiro na caminhada história em defesa da classe trabalhadora. Na CPI houve uma tratativa não diplomática, de agressão, ódio e intolerância de deputados da bancada da bala e da bancada do boi”, disse Paulão.
O deputado por Alagoas afirmou, ainda, que em decorrência de ações da CPI estão sendo registradas denúncias de racismo e incitação à violência contra indígenas, quilombolas e movimentos agrários em geral. Isso porque conforme nota divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), os ruralistas decidiram transformar a CPI num “tribunal inquisitório”. O órgão lembra que recentemente a CPI esteve no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde parlamentares e assessores se dirigiram de forma autoritária a comunidades indígenas sem comunicá-las previamente e sem informar ao Ministério Público Federal, a quem cabe o dever constitucional de defender os povos indígenas.
“O Cimi não foi comunicado das diligências e, o que é mais grave, os deputados foram acompanhados da Polícia Federal e trataram essas comunidades como organizações criminosas”, completou Paulão.
PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra
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