Em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (4), o deputado Paulão (PT-AL) questionou a seletividade dos processos judiciais em andamento no país e saiu em defesa do ex-presidente Lula, que está sendo vítima de perseguição de setores do judiciário e da imprensa nacional.
“A imprensa deu destaque ao processo que pede o indiciamento, por meio da Procuradoria-Geral da República, do ex-presidente Lula. O Instituto Lula apresentou uma nota importante para a sociedade brasileira na qual esclarece que não existe nenhum nexo causal, nenhum liame em relação ao ex-presidente com a Operação Lava-Jato”, afirmou Paulão.
Paulão também cobrou do Supremo Tribunal Federal (STF) uma posição acerca do pedido de afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB–RJ) da Presidência da Câmara, recomendado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O deputado fez um apelo ao Supremo Tribunal Federal: “Já é hora de o Supremo ter uma postura e afastar o presidente Eduardo Cunha. Ele não tem estatura moral para conduzir esta Casa. É por isso que o Congresso Nacional fica manchado com a sociedade brasileira”, alertou Paulão, que também fez questão de aconselhar os membros do STF para que não sejam seletivos, que apurem e deem celeridade ao processo.
Aécio – O deputado reconheceu o papel da PGR nos procedimentos investigatórios, mas demonstrou estranheza no processo seletivo presente nas ações da Procuradoria. Paulão lembrou que só agora, após varias citações nas investigações da Operação Lava Jato da Policia Federal, na Lista de Furnas e na Lista da Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República (PGR) resolveu encaminhar pedido de investigação do senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG).
“Só esta semana, depois de muito questionamento e mobilização da sociedade é que a PGR teve iniciativa de abrir um procedimento contra ele (Aécio), inclusive com um detalhe importante: contas no exterior”, constatou Paulão.
“Não só ele, o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também recebia recursos por meios não legais. A jornalista Miriam Dutra disse isso, de uma forma explícita”, lembrou Paulão, da denúncia feita pela ex-amante de FHC sobre os repasses que o ex-presidente enviou para ela no exterior.
Ainda, lembrou o deputado que a maioria da sociedade acompanhou “incrédula que um cidadão – que é réu – conduziu um processo de impedimento de uma Presidente que até agora não tem marca nenhuma de improbidade”.
Benildes Rodrigues
Foto: Salu Parente