Oposição e centrais sindicais definem calendário de atividades contra desmonte da Previdência

minorias sindicalistas

O bloco de oposição da Câmara dos Deputados e as centrais sindicais vão trabalhar unidos contra o desmonte da Previdência (PEC 287/17). O calendário de atividades e a estratégia de mobilização foram definidos nesta terça-feira (21), em reunião que contou com a presença de líderes partidários e representantes da CUT, CTB, NCST e Contag. “Construímos um discurso forte contra a reforma da Previdência porque ela significa acabar com a aposentadoria rural e urbana. Uma reforma perversa que agride e retira direitos”, criticou o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE).

A agenda aprovada pelos parlamentares e pelos sindicalistas prevê manifestações em milhares de municípios de todas as regiões brasileiras. “Vamos fazer atos e combater essa proposta absurda aqui no parlamento e nas ruas”, afirmou José Guimarães, destacando dois grandes eventos nacionais: o primeiro será realizado no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher –, ocasião em que estarão em evidência os retrocessos que o governo Temer quer aprovar contra as mulheres, com as mudanças das regras para aposentadoria. “Estaremos unidas às Margaridas no Brasil inteiro contra essa perversidade que Temer e sua turma querem fazer”, afirmou Guimarães.

A outra grande mobilização acontecerá no dia 15 de março – Dia Nacional de Lutas com Greves e Paralisações contra a Reforma da Previdência, convocada pelas centrais sindicais. “A população não pode ser prejudicada pela absurda reforma proposta por Temer”, reforçou Guimarães.

O líder da Bancada do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), participou da reunião e destacou a importância da mobilização nas ruas para esclarecer a população sobre as consequências do desmonte da Previdência. Ele alertou ainda para a necessidade de os trabalhadores pressionarem os parlamentares da base governista. “É preciso fazer um trabalho de convencimento para que deputados da base do governo mudem o voto e rejeitem essa proposta perversa”.

Zarattini falou ainda das emendas que os partidos de oposição vão apresentar para tentar minimizar danos. “Somos contra a reforma como um todo, mas como o governo tem um rolo compressor, é preciso pelo menos propor emendas ao texto para reduzir prejuízos”, defendeu.

Também presente na reunião, o deputado José Mentor (PT-SP) reforçou que a proposta de reforma da Previdência do golpista prejudica todo mundo. “É uma maldade, o governo apresentou uma proposta muito dura, que retira direitos e frustra expectativas de direitos. Jogou alto para depois ceder um pouquinho na sua maldade e ainda posar de bonzinho”, criticou. Ele destacou ainda a necessidade de esclarecimento do que está em jogo na reforma. “É preciso explicar, informar. A população sabe que vai ter uma reforma, sabe que haverá prejuízo, mas não sabe o quanto será prejudicada”, afirmou.

Assistência social – O presidente da Contag, Alberto Broch, disse que os sindicalistas têm a clareza dos retrocessos que serão impostos caso a reforma seja aprovada, como o governo ilegítimo de Temer quer. “Cerca de 85% dos trabalhadores rurais não conseguirão se aposentar com as regras defendidas pelo governo Temer. E é exatamente essa a intenção. Eles não querem a nossa contribuição, querem nos deixar de fora da Previdência, nos jogando na assistência social com 75 anos, para receber meio salário mínimo”, lamentou.

Os representantes da CUT, CTB e NCST mostraram disposição para a luta nas ruas. Eles informaram que além das grandes manifestações nacionais, já estão acontecendo debates nas assembleias legislativas com a participação de deputados federais. Eles consideram importante fazer esta discussão na base eleitoral de cada parlamentar para saber de que lado estão os seus representantes, se do governo ou do povo brasileiro.

Os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Henrique Fontana (PT-RS), Pepe Vargas (PT-RS), Paulo Teixeira (PT-SP), além de líderes e parlamentares do PCdoB, PDT e PTdoB, também participaram da reunião e manifestaram apoio às mobilizações contra o desmonte da Previdência.

Agenda – Como parte das manifestações para convencer deputados a votar contra a reforma da Previdência, a Contag e trabalhadores da agricultura familiar realizaram na tarde desta terça-feira ato no Espaço Mário Covas. Eles alertaram que, com os retrocessos na Previdência Rural, vai faltar alimento na mesa dos brasileiros. Os sindicalistas, acompanhados pelo líder da Minoria, José Guimarães, pelo deputado Vicentinho (PT-SP), entre outros parlamentares de oposição, também foram recebidos pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pedir mais tempo para a tramitação das reformas da Previdência e Trabalhista.

Vânia Rodrigues
Foto: Crisvano Queiroz

Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

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