Parlamentes do PT pedem investigação sobre ataque hacker na Saúde e punição para os culpados

Arte: PT na Câmara

O ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) afirmou nesta sexta-feira (10) à Revista Fórum que entrou com requerimento de informação ao Ministério da Saúde sobre o cumprimento por parte do governo da implantação da lei que protege dados de pacientes. O requerimento foi em função do ataque hacker ao site do ministério.

Padilha destacou que, “todos os sistemas do SUS foram atacados justamente na semana que aprovamos nossa lei que pune quem vaza dados e quando governos estaduais e municipais planejam implantar passaporte vacinal. A quem interessa esse ataque?”, pergunta o deputado.

O líder da Bancada do PT, deputado Bohn Gass (RS), defendeu a apuração do ocorrido. “Exigimos que a polícia federal receba todo o aporte necessário para que possa, no menor tempo possível, identificar os hackers que invadiram o sistema do ConecteSus. É muito estranho que isso aconteça no exato momento em que o governo federal rejeita o passaporte vacinal”.

Na mesma linha, o deputado José Guimarães (PT-CE) afirmou que a invasão ao ConecteSUS precisa ser investigada e os responsáveis punidos. “A estrutura do governo precisa estar preparada para se proteger contra ataques hacker. Já temos um governo sem compromisso com a Saúde Pública. Não precisamos de mais problemas”, afirmou.

E o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) considerou o fato mal explicado. “Muito mal contata está história de invasão hacker ao ConecteSUS. Em um governo que despreza a vacina e luta contra a exigência, nada me surpreende. Vamos investigar e punir os responsáveis”, defendeu.

Inadmissível

A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) considerou inadmissível o ataque hacker ao ConetceSUS. “Dados de vacinação do povo sumiram, o que vai inviabilizar o passaporte da vacinação, como queria Bolsonaro. Em julho, mexeram até no meu cadastro. A quem esses ataques interessam? E porque a estrutura de T.I do governo não protege os dados?”, indagou na sua conta no Twitter.

Para o deputado Rui Falcão (PT-SP), o fato é “gravíssimo” e indaga a quem interessa o ataque? Ele também destacou que o hacker agiu exatamente na mesma semana em que Bolsonaro e Marcelo Querioga, ministro da Sáude, atacam o passaporte sanitário. “A quem interessa o ConecteSUS ser hackeado, sair do ar e os comprovantes de vacinação sumirem?”, questionou

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) considerou que o ataque hacker no Ministério da Saúde vai ao encontro da posição do governo de negar o passaporte de vacina.

E ao comentar o ataque hackers, ocorrido nesta sexta-feira, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) informou que o ataque afeta também o DataSUS, sistema que contém dados importantes sobre a pandemia no País.

Ataque hacker

O site do ministério da Saúde saiu do ar na madrugada desta sexta-feira (10) após ataque hacker. Usuários que tentaram acessar o site encontraram um recado afirmando que os dados do sistema haviam sido copiados e excluídos e estavam nas mãos do grupo invasor.

“Nos contate caso queiram o retorno dos dados”, diz a mensagem. O recado desapareceu logo a seguir, mas a plataforma permaneceu fora do ar. A plataforma ConecteSUS, que fornece o certificado nacional de vacinação, estava fora do ar até o momento desta reportagem. O Ministério da Saúde não comentou o problema.

Usuários que conseguiram acessar o aplicativo relataram o sumiço se informações sobre vacinação. Há também relatos sobre dificuldade para fazer login e utilizar outras funções.

O ataque virtual, conhecido como “ransomware”, que teria sido feito no site e na plataforma, criptografa os dados e impede que eles sejam acessados. Nesse tipo de ataque, os criminosos costumam pedir um resgate para devolver os dados.

Lapsus Group

Os invasores do site do ministério da Saúde se intitulam “Lapsus Group“. Na mensagem é informado que “os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos” e que “50 TB de dados” estariam sob posse do grupo. Cerca de duas horas após o ocorrido, o site saiu do ar totalmente.

Os hackers do grupo responsável pela invasão disseram não ter interesse em vender os dados que supostamente roubaram. A informação foi dada em um grupo criado pela equipe em um aplicativo de mensagens instantâneas.

Em uma publicação, a conta do grupo informou que pretende “vazar ou guardar” as informações, mas que elas não serão vendidas. Os hackers afirmam ter se apossado de cerca de 50 terabytes (TB) de dados.

Controle das fronteiras

O ataque ao site ocorre em um período de pressão contra o governo federal pelo controle mais rígido das fronteiras, após a descoberta da variante ômicron do coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro (PL) exigiu apenas uma quarentena de cinco dias de viajantes não vacinados que entrarem no Brasil. A regra passa a valer neste sábado (11).

 

Redação do PT na Câmara, com Revista Fórum

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