Parlamentares da Bancada do PT na Câmara ocuparam a Tribuna na terça-feira (26) para defender o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Na avaliação dos parlamentares petistas, é inaceitável que um réu no Supremo Tribunal Federal (STF) continue ocupando a cadeira de presidente da Câmara dos Deputados e comandando o golpe em curso no país. “Eduardo Cunha é o próprio desprestígio desta Casa”, afirmam os petistas.
Para o deputado Givaldo Vieira (PT-ES) a sociedade brasileira “assistiu estarrecida no domingo a corrupção prosperar” ao se referir à votação do processo de impedimento da presidenta Dilma. De acordo com ele, o que aconteceu foi uma grande farsa, um triste espetáculo, sob o comando de um réu. “E que não deveria sentar-se ao centro desta mesa, porque esta cadeira é reservada não a ele (Eduardo Cunha) que é réu, mas a um digno representante deste Poder que, pela Constituição e pelo Regimento, por sua conduta, deve elevar o prestígio da Casa”, disse.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS) reafirmou que o presidente da Câmara comete desvio de finalidade, num ato de vingança contra o PT. “Sim, porque não aceitamos blindá-lo no Conselho de Ética. Ele (Eduardo Cunha) aceitou a abertura da denúncia contra a presidenta Dilma, que não cometeu crime algum”. Pepe Vargas disse ainda que o presidente da Câmara continua a fazer “manobra” para tentar impedir que o Conselho de Ética aprecie o processo de cassação contra ele. “E, hoje, no Conselho de Ética, o delator baiano afirmou, diante das câmeras, que entregou pessoalmente 4 milhões de reais de propina à alguém ligado à pessoa que ocupa indevidamente a presidência desta Casa”.
Também o deputado Padre João (PT-MG) reiterou que “está em curso no país uma tentativa de golpe, de forma irresponsável, inconsequente e operado, sim, pelo presidente da Câmara (Eduardo Cunha), que não deveria estar mais nesta cadeira e pelo vice-presidente Michel Temer, traidor”.
Gizele Benitz
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