Parlamentares da Bancada do PT ocuparam a Tribuna nesta quinta-feira (31) para lembrar os 52 anos do Golpe Militar de 64 que instaurou uma ditadura de 20 anos no Brasil, e reafirmar que o país está mobilizado contra a tentativa de golpe das forças reacionárias do país.
O deputado Assis Carvalho (PT-PI) destacou que “o Brasil inteiro se levanta para relembrar o triste episódio de 31 de março de 1964; episódio que massacrou tantos brasileiros e brasileiras. Àquela época, como hoje, os golpistas diziam que golpe não era golpe, mas o golpe colocou o Brasil numa situação muito triste.
O deputado Caetano (PT-BA) lembrou o sofrimento que o golpe militar instalou no país. “A minha geração sabe o que foi o golpe militar neste País: 30 anos de sofrimento, companheiros que foram mortos, banidos desta Pátria, companheiros que foram exilados, presos, torturados. Nós reconquistamos a democracia com muita luta do povo brasileiro, dos movimentos sociais, do movimento sindical, dos estudantes e não vamos aceitar um novo golpe contra a Nação brasileira. Meu apoio contra esse golpe articulado por parte da elite brasileira, por parte do mercado, da FIESP, que querem mais lucro, que querem ganhar mais, que querem, cada vez mais, aumentar os seus rendimentos contra o povo desta Nação brasileira. O Brasil se levanta contra o golpe e pela democracia”, ressaltou.
Ao reiterar que todos os que preservam a democracia devem se lembrar do 31 de março como o dia do golpe militar, o deputado Chico D’Angelo (PT-RJ) afirmou que as manifestações que se espalham pelo país não é um ato do PT. “É, sim, um ato da sociedade civil. Isso começa a acontecer no Brasil todo. Aliás, hoje, em vários países, estão ocorrendo atos contra o impeachment da Presidente Dilma. Vamos barrar esse golpe na rua e neste plenário”, disse.
“A população brasileira está nas ruas em defesa da democracia e contra o golpe. É impressionante como se tenta, sem haver crime de responsabilidade, impor o afastamento da Presidenta Dilma”, afirmou o deputado Helder Salomão (PT-ES).
O deputado Leo de Brito (PT-AC) lembrou a tentativa de impeachment sem crime de responsabilidade. “Isso é golpe. Em vários estados do país e em vários países as pessoas estão mobilizadas pela democracia e contra o golpe”, disse.
Já o deputado Luiz Couto (PT-PB) destacou os motivos que levam brasileiros e brasileiras às ruas neste 31 de março em defesa da legalidade, do Estado Democrático de Direito e, também, contra a tentativa de golpe. “O objetivo do golpe é impor o rebaixamento dos direitos sociais e trabalhistas e retirar os ganhos. A terceirização, o desemprego, a precarização e os padrões de desigualdade social serão aprofundados. O que se quer é criar um estado de exceção para prejudicar o projeto político da esquerda brasileira e os avanços sociais. É vergonhoso para o Brasil estar em todas as manchetes internacionais com sua jovem democracia ameaçada por um golpe urdido nos bastidores dos setores economicamente poderosos, como se nossas instituições não fossem capazes de resistir a esta armação”, afirmou.
Para o deputado Ságuas Moraes (PT-MT) a mobilização que acontece em todo o país contra o golpe é dos movimentos sociais, dos trabalhadores. “Por mais que alguns parlamentares não reconheçam o trabalhador, não reconheçam o movimento dos trabalhadores, eles existem. Os movimentos sociais existem e marcham para Brasília a fim defender a democracia, contra o golpe. Sim, porque o processo de impeachment, sem o crime de responsabilidade, é golpe. E não adianta ir às tribunas, esbravejar, xingar, falar palavras de baixo calão, porque tem que ganhar no voto. No grito, não vão ganhar as eleições. No tapetão, não vão ganhar as eleições”, enfatizou o petista.
O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) criticou setores da oposição que, de acordo com ele, são seletivos nas declarações. “O último orador, representando a Liderança do PSDB, fez aqui mais uma fala seletiva e tenta condenar a manifestação da Central Única dos Trabalhadores a favor da legalidade e da democracia. A CUT representa o que pensa a maioria dos seus filiados, que são os seus trabalhadores, mas esse orador não trouxe aqui uma indignação em relação ao que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo faz com o dinheiro público. A Fiesp recebe, compulsoriamente, vários recursos dos empresários, mas todos sabem que esses encargos são embutidos nos preços pagos pelos consumidores”, explicou.
Gizele Benitz
Foto:PTNACÂMARA