Parlamentares e entidades repudiam agressão a Stédile organizada por militante do PSDB

paulo angelim 45Parlamentares e entidades da sociedade civil repudiaram, em nota e em discursos no plenário da Câmara, a agressão sofrida por João Pedro Stédile, dirigente do MST, quando desembarcou em Fortaleza (CE), na noite desta terça-feira (22), aonde foi participar de um congresso sindical.

Assim que apareceu no saguão, Stédile foi hostilizado por cerca de 20 pessoas que o ofendiam e gritavam palavras de ordem típicas dos reacionários, como “vai pra Cuba!” e outras. A perseguição ao líder do MST prosseguiu até o estacionamento do aeroporto.

O ato foi organizado pelo empresário Paulo Angelim, dono da corretora Viva Imóveis, palestrante e consultor de marketing. Em sua página no Facebook, Angelim publicou o vídeo com o ato contra Stédile. “Vejam a recepção que nós, do IDE – Instituto Democracia e Ética, preparamos para o terrorista Pedro Stedille, do MST”, disse o empresário, que se disse “muito feliz” ao anunciar, também na rede social, a sua filiação ao PSDB, que ocorreu em julho passado.

Na Câmara, o deputado Valmir Assunção (PT-BA) denunciou a agressão organizada pelo tucano. “Isso mostra que nós, no Brasil, cada vez mais, estamos assistindo o crescimento do fascismo de uma direita raivosa, de uma direita que não consegue conviver com o processo democrático”, disse o parlamentar baiano.

“Se a direita brasileira e os coxinhas desse Brasil acham que nós vamos nos intimidar simplesmente porque foi agredido um ou outro companheiro nosso, estão errados. Vamos continuar defendendo aquilo em que acreditamos”, acrescentou Valmir.

Quem também se pronunciou na tribuna foi o deputado João Daniel (PT-SE). “Lamento profundamente e repudio esse tipo de atitude fascista de intolerância, porque isso é parte do que já houve em outros países, como os fascistas na Itália, os nazistas na Alemanha, e nós não podemos admitir. Nosso País luta e tem democracia. Todo mundo tem direito de protestar, mas nós não podemos aceitar a intolerância, nós não podemos aceitar a agressão”, afirmou João Daniel.

O deputado José Airton Cirilo (PT-CE) acompanhou as manifestações de solidariedade a Stédile e criticou no plenário a ação do empresário tucano.

Valmir e João Daniel integram o Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara, que subscreveu a nota divulgada nesta quarta-feira (23) por um conjunto de movimentos sindicais, populares, pastorais sociais, parlamentares progressistas e intelectuais. A nota também foi assinada pelos deputados José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara; Odorico Monteiro (PT-CE); Padre João (PT-MG), coordenador do Núcleo Agrário; Pedro Uczai (PT-SC) e Wadih Damous (PT-RJ), bem como pelas deputadas Ana Perugini (PT-SP) e Luizianne Lins (PT-CE). O PT também subscreveu o manifesto e divulgou uma nota própria, na qual “se soma às manifestações e atos públicos em solidariedade ao companheiro Stédile e ao MST e exige das autoridades a pronta apuração e responsabilização dos agressores”.

O ato organizado por Paulo Angelim se soma à manifestação fascista de outro militante fascista do PSDB, Matheus Sathler, advogado e candidato a deputado federal pelo Distrito Federal em 2014, que divulgou vídeo em agosto ameaçando “arrancar a cabeça” da presidenta Dilma Rousseff durante o desfile de 7 de setembro.

Confira a íntegra da nota em defesa de João Pedro Stédile:

http://www.mst.org.br/2015/09/23/diversos-movimentos-populares-se-solidarizam-com-stedile-apos-sofrer-insultos-em-fortaleza.html

Confira a íntegra da nota do PT:

NOTA DE SOLIDARIEDADE AO MST E REPÚDIO AO ATO DE AGRESSÃO A JOÃO PEDRO STÉDILE

O Partido dos Trabalhadores repudia a agressão sofrida pelo companheiro João Pedro Stédile na noite de 22 de setembro, no aeroporto de Fortaleza. Ao mesmo tempo, manifesta solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, do qual Stédile é coordenador nacional.

A ofensiva conservadora e a criminalização dos lutadores do nosso povo exigem a pronta reação e mobilização do campo democrático popular.

Longe de ser um episódio pontual, trata-se de mais uma manifestação de ódio, intolerância e violência da direita brasileira contra os movimentos sociais, a esquerda e a democracia.

O PT se soma às manifestações e atos públicos em solidariedade ao companheiro Stédile e ao MST e exige das autoridades a pronta apuração e responsabilização dos agressores.

Rui Falcão, presidente nacional do PT
Bruno Elias, secretário nacional de movimentos populares do PT

PT na Câmara

 

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