Parlamentares e entidades defendem união e mobilização para barrar Reforma da Previdência

A resistência à Reforma da Previdência (PEC 287/16) acabou virando a tônica principal do seminário “Que serviço público queremos?”, realizado nesta segunda-feira (27), no auditório Nereu Ramos, pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). O deputado Enio Verri (PT-PR) coordenou a mesa de abertura do evento e alertou sobre a ofensiva do governo ilegítimo de Temer para acelerar a tramitação da reforma que, mesmo em nova versão apresentada na última semana, vai retirar direitos e dificultar a aposentadoria para a maioria dos brasileiros.

Enio Verri defendeu a mobilização nas ruas para barrar a reforma. “Aqui na Câmara nós, dos partidos do campo democrático popular estamos fazendo o debate e resistindo, mas é preciso que nas ruas os trabalhadores da iniciativa privada e os servidores públicos estejam mobilizados e façam pressão para que os parlamentares rejeitem essa proposta”, afirmou.

Sobre o tema específico do seminário, Enio Verri destacou que no pós-golpe o que a elite brasileira quer é um Estado mínimo. “Um Estado mais preocupado com os negócios, com o lucro dos bancos, com o capital internacional do que com o serviço à população”. Ele lembrou ainda que nos 13 anos dos governos Lula e Dilma o conceito de Estado era o do bem-estar social ou Estado ampliado. “A preocupação dos nossos governos era com o bem-estar das pessoas, com saúde, com educação, com segurança pública. Isso implica em ter funcionários qualificados e bem renumerados e que atendam bem a população”, reforçou.

Na avaliação de Enio Verri, com esse governo golpista isso é impossível. “É impossível até porque o governo Temer escolheu o servidor público, o trabalhador, como principal culpado pela crise pela qual passa o país, como se não fossem as grandes isenções tarifárias ao grande capital financeira”. E acrescentou que todos os últimos projetos do governo Temer reduzem tributos para o grande capital. “Reduz, não cobra a dívida e culpa o servidor pelo déficit da Previdência. Isso é uma grande mentira”, protestou.

Propaganda mentirosa – O presidente do Fonacate, Rudinei Marques, participou da mesa de abertura do evento e anunciou que a entidade já entrou na justiça contra a publicidade do governo federal sobre a reforma. “A campanha do governo Temer é mentirosa e promove um ataque sem precedentes aos servidores públicos brasileiros. Um governo que chegou ao poder sem um projeto legitimado pelas urnas e, em poucos meses, adotou medidas que subtraem direitos sociais e trabalhistas conquistados duramente ao longo das últimas décadas. E agora, uma vez mais, quer acabar com a aposentadoria dos trabalhadores”, protestou.

Rudinei Marques informou também que a partir desta terça-feira (28), será lançada uma campanha de TV para “desmentir as falácias do governo e atacar a Reforma da Previdência”. O primeiro vídeo que vai ao ar provoca o telespectador questionando se ele concorda em acabar com a Previdência e não com a corrupção. Se ele concorda em punir os trabalhadores e não os sonegadores, se ele concorda em cortar direitos dos aposentados e não privilégios aos políticos”.

Manifestação – O presidente da Fonacate convocou ainda todos aos servidores para a manifestação que acontece nesta terça-feira (28), na Praça dos Três Poderes, para reivindicar a revogação da EC 95/16, que congela investimentos públicos por vinte anos; manifestar contra a Reforma da Previdência e pela anulação da Reforma Trabalhista.

Floriano Martins, presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), alertou que os servidores não podem ficar de braços cruzados. “Temos que participar de todas as manifestações contra esse governo, contra essa reforma. E não há salvação de uma categoria sozinha, é a nossa união que vai derrotar esse projeto”, defendeu.

O presidente da Afipea (Sindicato Nacional dos servidores do Ipea), Alexandre Cunha, também participou da abertura e criticou a proposta de Reforma da Previdência e a medida provisória (MP 805) que, segundo ele, revoga o acordo entre o governo e os servidores públicos, especialmente na questão do reajuste salarial.

Vânia Rodrigues

Foto: GustavoBezerra/PTnaCâmara

 

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