Parlamentares do PT apelam para governo retirar MP do ensino médio e democratizar debate sobre o tema

reginaldofatima

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) reforçaram nesta quarta-feira (16) o apelo para que o governo sem voto de Michel Temer retire do Congresso Nacional a medida provisória (MP 746/16) que trata da reforma do Ensino Médio. “Esse não é o melhor caminho, uma medida provisória é um instrumento extremamente autoritário, não ajuda a construir consenso, a buscar convergências para um assunto tão amplo e que mexe com a vida de milhares de estudantes”, afirmou Reginaldo Lopes, que presidiu uma comissão especial que discutiu o tema por quatro anos na Câmara. 

“Esperamos sensibilidade e sensatez por parte do governo. Está claro que este instrumento não é adequado, basta ver a mobilização de estudantes secundaristas em todo o País contra a MP e contra a PEC 241/PEC 55, que congela investimentos públicos por 20 anos”, afirmou Fátima Bezerra.

Reginaldo Lopes e Fátima Bezerra defendem que a reforma do Ensino Médio seja discutida em projeto de lei a ser enviado pelo governo e apensado ao projeto da comissão especial da Câmara, que já está pronto para apreciação pelo plenário da Casa. “Essa é a forma mais correta para a discussão democrática do tema. A forma mais fácil de reconstruir as convergências que foram destruídas pela medida provisória”, afirmou o deputado do PT de Minas.

Resistência – A reforma do Ensino Médio foi debatida nesta quarta-feira (16), na comissão mista que analisa a MP 746. Um dos expositores, o diretor geral do Campus de Jacarezinho do Instituto Federal (IF) do Paraná, Rodolfo Fiorucci, alertou que toda reforma que não é discutida democraticamente, principalmente com os executores da mudança, encontra resistência na implementação. “Reformas precisam ser construídas coletivamente, com a participação de todos”, defendeu.

Deixando claro que não é contra a reforma do Ensino Médio, Rodolfo Fiorucci alertou, entretanto, que não é uma mudança de currículo que garantirá o sucesso da reforma. “Já aconteceram várias mudanças de currículo ao longo dos anos, se não mudar a estrutura, se não valorizar a carreira dos educadores, se não motivar os alunos, não haverá educação de qualidade. Primeiro, se muda a estrutura, depois inova no conteúdo”, afirmou.

Desafios – O deputado Reginaldo Lopes, durante a audiência, enfatizou que o grande desafio da reforma é sair da teoria para a prática. “O desafio é fazer a diversificação do Ensino Médio no Brasil, para deixa-lo flexível e multidisciplinar, sem precarizar a qualidade da educação”, explicou. Isso porque a medida provisória fala em tempo integral, em 1400 horas/ano, mas com uma política de financiamento limitada. Ele citou como exemplo seu estado. Em Minas Gerais existem 3.300 escolas de Ensino Médio, mas a política de financiamento prevista na MP vai contemplar apenas 30 escolas. “É um absurdo, 99% das escolas não terão nada de fomento e 1% terão tudo. Então, se for para fazer uma reforma, tem que ser para todos, e não para poucos”, defendeu.

Reginaldo Lopes disse que já apresentou sugestão para que o relator da MP 746 determine que a carga horária do Ensino Médio seja de 1000 horas/ano e que, progressivamente, chegue até 1400 horas anuais, igual à carga horária dos institutos federais. “Com essa carga horária é possível ter qualidade porque garante formação de conhecimentos gerais de 1800 horas distribuídas em três anos (600 horas/ano) e ainda sobrarão 1200 horas em três anos (400h/anuais) para formação técnica profissionalizante ou para a diversificação, na qual os jovens escolherão a área para aprofundar os conhecimentos gerais na área escolhida para a formação em curso superior”, argumentou.

A medida provisória estabelece quatro áreas de conhecimento: ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática. O deputado Reginaldo Lopes propôs uma quinta área, a da cultura, esporte e artes. “É uma área que dialoga e motiva muito os jovens”, justificou.

Prorrogação – O prazo de vigência da MP 746 foi prorrogado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Agora deputados e senadores terão mais 60 dias para analisar a medida. O ato que prorroga a vigência da MP foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

Vânia Rodrigues

Foto: Divulgação

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex