A greve geral desta sexta-feira (28), convocada por diversos movimentos e entidades populares, já é considerada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) como a maior mobilização da história do Brasil. Estima-se que cerca de 35 milhões de brasileiros deixaram de trabalhar.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, essa é a maior greve trabalhista já realizada no País. Ele a comparou ao movimento de 1989, quando 35 milhões de trabalhadores paralisaram suas atividades. “Ainda não há estimativa, mas a mobilização vai ultrapassar esse número”, disse Freitas para o Congresso em Foco.
As mobilizações são para denunciar os cortes de direitos promovidos pelas propostas de reformular as leis trabalhista e previdenciária do governo golpista de Michel Temer (PMDB).
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), participou das manifestações no Largo do Batata, em São Paulo, e disse que a greve geral é uma grande vitória dos trabalhadores brasileiros. Em vídeo publicado em seu Facebook, destacou que a maior capital do País parou. Na avaliação do líder, Temer não reconhece a insatisfação dos brasileiros com o seu governo, porque vive isolado, em uma redoma de vidro. “Apenas 4% aprovam o seu governo”, lembrou Zarattini, se referindo à pesquisa do Ipsos, divulgada nesta semana.
Carlos Zarattini afirmou ainda que as manifestações contra o governo golpista e suas reformas não vão parar. “Vamos reagir a essas reformas que só retiram direitos dos trabalhadores. Vamos barrar a Reforma da Previdência no Congresso e vamos derrotar a Reforma Trabalhista no Senado”. O líder enfatizou que, na Câmara, a Reforma Trabalhista foi aprovada por uma margem muito apertada, em uma sinalização de que parte da bancada governista também é contra as reformas.
“A greve foi a maior da história do País. O protesto mais organizado, focado e diverso que vimos nos últimos tempos”, afirmou o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). Ele destacou que a greve contra o governo reuniu amplos setores da sociedade: Igreja Católica, igrejas evangélicas, movimentos sociais e a população em geral. “O Brasil parou e parou porque o povo está contra esse governo, que vai tentar diminuir o impacto desta greve. Ela vai repercutir fortemente no Congresso Nacional. A PEC da Previdência foi para a lata do lixo, não passa. E os protestos de hoje vão influenciar o voto dos senadores na Reforma Trabalhista” reforçou.
Em sua conta no twitter, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) destacou: “que esta greve mostre a todos os trabalhadores que o único caminho é a luta em defesa dos seus direitos. Nosso destino está em nossas mãos!”
Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), a retomada da democracia e dos nossos direitos começou hoje com a greve geral. “Nosso lugar é nas ruas”, afirmou na sua conta no Twitter.
Também no twitter, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) foi taxativo: “Só vamos parar quando derrotarmos esse governo golpista”.
Paralisação – Desde as primeiras horas da manhã desta sexta (28) já era possível sentir o clima em diversas cidades pelo País com as ruas vazias, metrôs e trens parados, além de fábricas fechadas, ônibus na garagem e rodovias trancadas.
A greve geral teve grande adesão nas mais variadas categorias de trabalhadores, afetando significativamente a mobilidade em São Paulo (SP), no Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Curitiba (PR) e em, praticamente, todas as grandes cidades brasileiras
PT na Câmara, com Brasil de Fato