As famílias brasileiras pagaram R$ 233,5 bilhões em juros no primeiro semestre de 2021, segundo estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).
A pesquisa identificou o volume de recursos destinados para o pagamento de juros em operações de crédito. De acordo com a pesquisa, os juros são o segundo item no orçamento familiar dos brasileiros, atrás apenas dos gastos com aluguel. Com isso, Bolsonaro empurrou as famílias para um endividamento recorde na história do país.
O gasto das famílias com juros corresponde a cerca de 14 vezes os R$ 16,8 bilhões desembolsados para o pagamento do auxílio emergencial na primeira metade de 2021. Ou o equivalente a 73% do auxílio emergencial pago em 2020. Gastos representam quase 12% da renda dos brasileiros.
“Os recursos que vieram para aumentar a massa de rendimentos das famílias e estimular a economia foram bastante comprometidos com o pagamento de juros, que foram canalizados para o sistema financeiro”, aponta o Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomércio-SP.
Segundo o estudo, o valor cresceu 7,25% de janeiro a junho deste ano, na comparação com os R$ 217,7 bilhões na primeira metade de 2020. O juro médio efetivo à pessoa física foi de 2,94% ao mês, ou 19% no intervalo do primeiro semestre de 2020, também de acordo com o estudo.
Bancos aumentaram lucros
Enquanto os trabalhadores e o povo foram massacrados pela inflação sem controle, o lucro dos bancos no último trimestre atingiu novo recorde. O lucro líquido do Itaú, Bradesco e Santander totalizou R$ 17,886 bilhões – uma alta anual de 28,5%.
O lucro somado das três instituições somou R$ 51,79 bilhões no acumulado de janeiro a setembro – um crescimento de 46,1% em relação ao mesmo período de 2020.
“Os mais ricos cada vez mais ricos, bancos lucrando muito e povo desempregado, fazendo bico pra viver e enfrentando carestia”, denunciou a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffman (PR). “Essa é a política neoliberal que desde 2016 vem dirigindo o Brasil”, advertiu Gleisi.
As estimativas do estudo da Fecomércio-SP são baseadas na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) e na Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Redação da Agência