No mesmo dia em que Bolsonaro discursou na ONU negando as queimadas na Amazônia e Pantanal e colocando a culpa pelos incêndios em índios e caboclos, seu governo foi obrigado a recorrer a dados dos governos Lula e Dilma para se defender internacionalmente.
Os ministérios das Relações Exteriores e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicaram nesta terça-feira (22) uma nota conjunta citando conquistas dos governos Lula e Dilma para justificar a política ambiental de Bolsonaro. A nota conjunta foi uma tentativa de resposta ao relatório do governo francês que aponta riscos ambientais para a assinatura do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul.
No documento, os únicos avanços citados são justamente relativos aos governos Lula e Dilma: “De 2004 a 2012, o desmatamento da região chamada de Amazônia Legal caiu 83%, enquanto que a produção agrícola subiu 61%. Nesse mesmo período, o rebanho bovino cresceu em mais de 8 milhões de cabeças, chegando a 212 milhões em 2012”. Além da nota, a informação foi transmitida a jornalistas de todo o país pela Agência Brasil, sem citar os governos Lula e Dilma.
O reconhecimento das conquistas dos governos petistas na proteção ambiental sem prejuízo para a produção agrícola contrastam com a retórica da administração Bolsonaro. Não somente dos dois ministérios que assinam o documento, mas também com a própria política do Ministério do Meio Ambiente. Em reunião ministerial no dia 22 de abril deste ano, o ministro Ricardo Salles defendeu aproveitar a pandemia para “passar a boiada” na legislação ambiental. Justamente a legislação que proporcionou as conquistas que o governo Bolsonaro elogia em documento oficial.
Legado
Durante os governos Lula e Dilma, o Brasil reduziu em 79% o desmatamento na Amazônia, com uma fiscalização rigorosa e a oferta de alternativas econômicas sustentáveis às populações locais. O país criou novas unidades de conservação e ampliamos as já existentes, aumentando em mais de 50 % a extensão total de área protegida. Nesse período, o governo aumentou em mais de 800% a capacidade de geração de energia eólica.
Entre 2010 e 2013, o Brasil deixou de lançar na atmosfera uma média de 650 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano e transformou-se em líder mundial na redução de emissão de gases de efeito estufa.
Tudo isso, com aumento da produção agrícola e respeito à vida. Agora é o governo Bolsonaro quem diz, em documento oficial. Se você, ou o governo Bolsonaro, quiser saber mais sobre as conquistas dos governos progressistas no Brasil, o Instituto Lula preparou um site só com números oficiais desse legado. Visite: www.brasildamudanca.com.br.
Por Instituto Lula