Durante o lançamento da Frente Parlamentar Mista Brasil-China, nesta quarta-feira (29), na Câmara, deputados petistas enalteceram o papel do gigante asiático na economia mundial e a “relação de parceria” – e não de “domínio e opressão” – que esse país tem com o Brasil. Os petistas também se somaram à defesa que o embaixador chinês fez sobre a importância dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no cenário contemporâneo.
O deputado Vicente Cândido (PT-SP), que já foi à China em várias ocasiões, ressaltou a confiança mútua entre os dois países e a postura de amizade com o estado brasileiro por parte do governo chinês. “Em 2016 o Brasil recebeu 15 bilhões de dólares de investimento do governo chinês e isso mostra que estamos aqui intensificando relações não apenas com o segundo maior PIB do mundo, que em 10 anos será o maior PIB do mundo. Nós estamos intensificando a relação com um país parceiro que não quer o domínio das armas, da opressão, da opulência, mas quer construir parceria com um país que chegou para o governo brasileiro, três anos atrás e disse que toparia transferir para o Brasil inclusive tecnologia de defesa. Isso não acontece com qualquer governo, com qualquer nação”, celebrou o parlamentar.
Já o deputado Vicentinho, também do PT paulista, recordou sua experiência pessoal no país oriental e destacou a sua importância na conjuntura internacional. “Estive na China no ano passado e conheci a realidade, além de ter levado a denúncia do golpe, e vi que é um país gigantesco não só na extensão do território e na população. É um país muito rico em recursos, em história, em patrimônio”, disse Vicentinho.
“O Brasil não pode abrir mão das relações estreitas com a China, a África do Sul, a Índia… mas devemos nos relacionar com muita soberania e dignidade, inclusive porque querem quebrar esse novo eixo da economia global formado pelos BRICS, mas não vão conseguir e a China se tornará em breve a maior potência econômica mundial”, acrescentou, fazendo referência à orientação da diplomacia brasileira sob os governos Lula e Dilma Rousseff, que priorizaram as relações com os países emergentes.
A colaboração entre os países em desenvolvimento também foi mencionada com ênfase no discurso do embaixador chinês, Li Jinzhang. “A China e o Brasil, como dois países emergentes, precisam, junto com outros membros dos BRICS, fortalecer a cooperação a fim de conter o protecionismo e promover os acordos multilaterais e a reforma sistemática do sistema financeiro internacional”, disse o diplomata, que citou ainda o banco dos BRICS como instrumento impulsionador dessa reforma.
Rogério Tomaz Jr.
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara