O desafio é amortecer ao máximo os efeitos da crise que surgiu nos EUA e se alastrou. Ao atuar de maneira firme, o governo federal busca preservar as conquistas destes seis anos de crescimento econômico com redistribuição de renda.
O país pode sair fortalecido, sobretudo por estar mais preparado hoje do que em qualquer outra época.
Vamos atravessar a crise investindo em infraestrutura, preparando o país para estar em melhores condições que outros ao fim da turbulência.
No Brasil, ao assumirmos o governo, rompemos com políticas neoliberais e começamos a preparar o Estado para um papel ativo no desenvolvimento. Uma ação positiva do governo foi disponibilizar até US$ 36 bilhões das reservas internacionais para empresas brasileiras com dívidas no exterior, permitindolhes tomar empréstimo em qualquer banco do mundo, no caso de necessidade. Com isso, não entraram em colapso, como em outros países. Outra medida foi a redução do compulsório dos bancos para ampliar o crédito interno.
O governo reduziu impostos, como o IPI dos carros, que estimulou substancialmente o setor automobilístico.
Em contraste, nos EUA a produção de 1,2 milhão de carros por mês caiu à metade. Pode-se citar ainda a redução de impostos para a construção civil e a implementação do programa Minha Casa, Minha Vida, que garantirá a construção de 1 milhão de moradias. Essas e outras medidas anticíclicas sublinham a importância do Estado como elemento central de combate à crise.
Embora a crise não tenha sido resolvida, o governo tem sido ágil e eficaz para mitigar seu impacto e avançar na estruturação do país. É o neokeynesianismo contra a teoria do Estado mínimo, que tantos males causou ao Brasil e a outros países.
Como diz o presidente Lula, o Brasil foi o último a entrar na crise e será o primeiro a sair dela.
Cândido Vaccarezza é líder do PT na Câmara dos Deputados.
Matéria publicada originalmente na edição do jornal O Globo de 24/4/2009