Palhaços brasileiros querem respeito em nome da alegria

palhacos“As pessoas poderiam viver melhor se rissem mais”. Foi com esta frase que José Santos Dias, mais conhecido como o palhaço Plim Plim, deu início nesta quinta-feira (10) ao Seminário dos Palhaços Brasileiros, na Câmara. Nomes da cultura circense estiveram presentes ao evento e reclamaram da banalização da profissão de palhaço no Brasil, vítimas de abusos de governos locais e da própria mídia.

A luta pela regularização da profissão já é antiga e foi discutida no seminário, no entanto, a luta maior dos palhaços tem outro nome: respeito. Segundo Plim Plim, os poucos circos que existem no País têm sido vítimas de censura por parte de governos locais que, ao constatar a chegada deles nas cidades tratam de chamar a polícia para a retirada dos artistas. “Somos taxados de ladrões em muitos lugares. Não enxergam sequer a solidariedade e a nossa vontade de levar alegria. As pessoas vivem muito do consumo, deveriam viver mais de sorriso. Políticos corruptos são chamados de palhaços, mas palhaços não são traidores, não traem o voto popular como esses”, desabafou Plim Plim.

Entre as pautas discutidas no seminário está a criação de um projeto de lei em defesa da aposentadoria dos palhaços e a criação do Dia Nacional do Palhaço. “Ser palhaço é um trabalho do coração. Mesmo que seja o nosso ganha pão, não colecionamos somas em dinheiro. Quando morremos, o bem maior que temos são nossos amigos”, disse José Santos Dias.

Os problemas porque passam os palhaços não se limitam ao preconceito com a arte circense. Os filhos de palhaços também sofrem, uma vez que não podem cumprir o ano letivo escolar, devido à vida itinerante. “Nossos filhos são atingidos por conta de um preconceito com a nossa profissão. Não é justo viver uma democracia, fazendo rir os filhos dos outros e estando triste pelos nossos, inibidos de uma educação melhor”, disse Mordomo, também palhaço.

Já existe um artigo da lei 6.533 de 1978 que trata do acesso dos filhos de palhaços às escolas públicas, porém não é cumprido. O deputado Antônio Carlos Biffi (PT-MS), é um dos propositores do evento.

Hérika Tavares

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