Em pronunciamento na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (3), o deputado Padre João (PT-MG) questionou a seletividade da Polícia Federal e o silêncio de setores da mídia em relação ao depoimento do senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), que ocorreu na terça-feira (2).
Acusado por suposta participação no esquema de desvio de recursos públicos de Furnas Centrais Elétricas, o senador tucano compareceu para depor na sede da PF, em Brasília, no mais absoluto sigilo. “O que é estranho é que não houve vazamento. Quando soubemos, ele já tinha sido ouvido pela Polícia Federal”, frisou Padre João. Ele se revelou abismado com a proteção da mídia e do Judiciário com os delatados do PSDB.
“É um pouco assustadora essa seletividade porque, quem faz vazamento, no meu entender, é a própria Polícia Federal. Se for do PT, todo mundo sabe, a grande mídia, até mesmo quando ocorrem as medidas coercitivas”, condenou o deputado, lembrando toda parafernália midiática que é construída quando alguém ligado ao Partido dos Trabalhadores é convocado a depor.
Delação – Dentre outros, Aécio Neves foi citado na deleção premiada de Delcídio Amaral que o acusa de beneficiário do esquema de Furnas. “Aécio tinha um vínculo muito forte com o ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo e, sem dúvida, recebeu propina do esquema”, afirmou o ex-senador.
Além desse inquérito que ocorre no âmbito da Operação Lava Jato, o presidente nacional do PSDB é investigado no Supremo Tribunal Federal em outros setes processos.
Benildes Rodrigues