Padilha qualifica novo ministro da Saúde de ‘homem de negócios”, mas espera que ele se converta à defesa do SUS

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) qualificou o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, como um “homem de negócios” que vê a saúde como algo a ser vendido e comprado para ganhar dinheiro, mas mesmo assim espera que ele se converta à defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), como fez o ex-ministro Henrique Mandetta.

Segundo Padilha, que foi ministro da Saúde entre 2011 e 2014, no governo Dilma Rousseff, Teich “é um homem que viu um jeito de ganhar dinheiro, gerar lucros, a partir de uma doença que é gravíssima, que é o tratamento do câncer. É um homem da iniciativa privada que vê a saúde como algo a ser vendido, a ser comprado, e vê uma forma de ganhar dinheiro e de fazer os outros ganharem dinheiro em algo tão grave como é o câncer”.

Defesa do SUS

Porém, Padilha disse torcer por “uma conversão” do atual ministro da Saúde. “Eu torço para que ele tenha uma conversão, porque o Mandetta… Eu digo que tem o Mandetta A.C. e o Mandetta D.C.: o Mandetta antes do coronavírus e o Mandetta depois do coronavírus. O Mandetta começou a vestir até colete do SUS. Torço para que tenha algum grau de conversão para o próximo ministro”, disse.

As afirmações de Padilha foram feitas na sexta-feira (17), em conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o programa “Café com MST”, transmitido nas redes sociais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Mais dinheiro no bolso do povo

Lula e Padilha defenderam que é fundamental o governo colocar mais dinheiro para girar entre a população, mitigando assim os problemas enfrentados pelo agravamento da crise econômica provocado pela pandemia do novo coronavírus.

“A única possibilidade de uma parcela da sociedade ficar no isolamento é receber dinheiro. Não é secundário e é responsabilidade do Estado”, disse Lula. “Não haverá solução se o Brasil não colocar dinheiro novo para alargar a base monetária, para cuidar das pessoas que precisam ficar em casa, para fazer novos investimentos”, defendeu.

O ex-presidente criticou a fala de Jair Bolsonaro da quinta-feira (17), justificando a demissão de Luiz Henrique Mandetta do cargo de ministro da Saúde pela “questão do emprego”.

“Se ele tivesse se preocupado com o emprego, não tinha mandado tantas medidas provisórias prejudicando o trabalhador como ele mandou. Ele fala do emprego como se tivesse milhões de empregos oferecidos, quando o Brasil já tem praticamente 50% da sua força de trabalho, hoje, na informalidade e que tem poucas oportunidades de emprego”.

Bolsonaro incompetente

Lula ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate à pandemia. “Se não fosse o SUS, se dependesse da iniciativa privada, o Brasil estaria morrendo. Porque o SUS é a garantia que nós temos de que as pessoas vão ser tratadas com respeito”.

Padilha seguiu a mesma linha crítica. “Não é possível enfrentar essa crise da saúde, do coronavírus, a crise econômica, com a crise política que é causada pelo Bolsonaro todo dia. Não é possível liderar o País para enfrentar essa crise com uma figura como o Bolsonaro”, afirmou.

 

Redação PT na Câmara com Brasil de Fato

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