O deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP) comemorou a decisão tomada, nesta sexta-feira (19,) pelo Comitê Científico do Consórcio do Nordeste, que recomendou a continuidade da aplicação da vacina Oxford-AstraZeneca em toda a região e no País. O comunicado acontece após alguns países europeus terem interrompido a vacinação com o imunizante, por conta de relatos de casos de embolia pulmonar e trombose em pessoas que receberam a vacina. A decisão do Comitê Científico é respaldada por decisões semelhantes já adotadas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Organização Mundial de Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O Consórcio do Nordeste, mais uma vez, revelou ser o guardião da ciência e do compromisso social no enfrentamento à Covid-19. Enquanto os governadores do Nordeste ouvem a ciência e sentem a urgência da vacinação e o sofrimento do povo, Bolsonaro ouve as fakes news do gabinete do ódio, ignora a ciência e despreza os quase 300 mil mortos”, disse Padilha.
No documento, o Comitê Científico do Consórcio do Nordeste explicou que, após um painel de avaliação realizado conjuntamente por especialistas da EMA e da OMS, foi verificado que “não há evidências de associação dos casos registrados de coágulos sanguíneos com a vacina”. A suspeita é de que o imunizante poderia ter causado 22 casos de embolia pulmonar e 15 de trombose venosa profunda. A decisão da EMA foi anunciada nesta quinta-feira (18).
O Consórcio do Nordeste informou ainda que os especialistas da EMA e da OMS destacaram que a Oxford-AstraZeneca “é segura e efetiva, e que seus benefícios superam indubitavelmente os possíveis riscos”.
Após os relatos suspeitos, por precaução vários países interromperam provisoriamente o uso do imunizante até que a hipótese de associação causal entre a vacina e os fenômenos observados fosse descartada. O Comitê Científico informou ainda que a Oxford-AstraZeneca já foi utilizada – em pelo menos uma dose – na vacinação em mais de 70 países, aplicadas em mais de 20 milhões de pessoas na Índia, 17 milhões na Europa e três milhões no Brasil. Segundo o documento, é natural que efeitos adversos mais severos sejam observados a cada 20 milhões de vacinados.
Recomendação da Anvisa
O Comitê Científico ressaltou que, no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também recomenda a continuidade do uso da vacina Oxford-AstraZeneca. Segundo o órgão, até o momento o uso da vacina no Brasil “é seguro e não há motivo para a adoção de qualquer medida sanitária”. A Anvisa reforçou ainda que o lote da vacina que deu início as suspensões e investigações feitas por alguns países, não chegou ao Brasil.
Diante desses fatos, o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus do Consórcio do Nordeste, após a análise do conjunto de evidências e razões sobre a segurança e eficácia da vacina Oxford-AstraZeneca abalizadas pela EMA, Anvisa e OMS, se manifesta pela “continuidade de sua aplicação pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para a população brasileira”.
Héber Carvalho