O Rio de Janeiro é o estado brasileiro que mais vai receber recursos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao todo, são R$ 342,6 bilhões em obras de infraestrutura e de desenvolvimento da indústria para reativar a economia do Estado, gerar emprego e renda e melhorar a qualidade de vida da população.
O Novo PAC prevê investimentos como a construção de 16 novas plataformas para desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural, 11 gasodutos interligados e um gasoduto de escoamento (Rota 3, Refinaria Duque de Caxias), construção de moradias do Minha Casa, Minha Vida, melhorias do Sistema Único de Saúde (SUS), com a construção de unidades básicas de saúde e de policlínicas, contratação de mais médicos e melhorias da maior rede federal de hospitais públicos que existem no Estado.
“Além disso, a gente tem investimento na educação, construção de escolas, de creche, que aqui para o Rio de Janeiro é muito importante, investimento no ensino em tempo integral, investimento nos institutos federais, investimento nas universidades, na aquisição de transporte, de ônibus para as crianças, aqui em algumas áreas do Rio, isso é essencial, investimento no esporte e na cultura”, disse o deputado federal Dimas Gadelha (PT-RJ) em entrevista ao Jornal PT Brasil, da TvPT.
O PAC, relançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 11 de agosto, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, prevê investimento de R$ 1,7 trilhão nos 26 estados e no Distrito Federal, nos próximos quatro anos. Desse total, R$ 371 bilhões são recursos do Orçamento Geral da União; R$ 343 bilhões de empresas estatais (como a Petrobras) e R$ 612 bilhões do setor privado.
O deputado federal falou sobre a importância da indústria do petróleo e gás e da indústria naval para o Rio de Janeiro. “Serão 16 novas plataformas construídas, 11 novos gasodutos interligados, a finalização da construção da linha 3, da rota 3 do gasoduto, que traz o gás direto da Bacia de Santos para Itaboraí, o GasLub aqui para o Comperj, que na minha região é muito importante, investimento na Reduc”, comentou.
Dimas Gadelha elencou ainda como importantes projetos como o cidades sustentáveis e resilientes, com urbanização de favelas e prevenção de desastres naturais. “Aqui no Rio de Janeiro sempre chove muito. Então, a gente precisa fazer investimento nessas áreas, na mobilidade urbana que é um nó no estado, nas regiões metropolitanas, transporte de qualidade, enfim, uma série de investimentos que vai realmente impactar e vai mudar a vida do estado do Rio de Janeiro e, consequentemente, das pessoas que moram aqui”, disse.
Outro setor que recebeu prioridade de investimentos do PAC foi o de transportes, com dez projetos, entre eles, obras na Ponte Rio-Niterói e adequação da linha férrea Barra Mansa.
“Barra Mansa é um município economicamente muito importante para o Rio de Janeiro. Cresceu muito, se juntou com os municípios de Pinheiral e Volta Redonda. O investimento nessa ferrovia vai melhorar muito a qualidade de vida e também gerar emprego e renda”, afirmou.
Segundo o parlamentar, as intervenções do Novo PAC vão ser importantes para evitar acidentes, melhorar a mobilidade urbana e escoar a riqueza da região que tem mais de 500 empresas. “A indústria do aço está localizada ali, então, é um investimento muito importante e com certeza vai melhorar muito a vida do pessoal que mora ali e também gerar emprego e renda para todo o estado.”
O Rio de Janeiro é um estado que tem uma malha rodoviária muito importante. “São várias BRs que cortam [o estado], a BR-101, que é uma BR importante que liga norte-sul do país, a BR-116, que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte, a Brasília. Então, o Rio de Janeiro tem uma posição estratégica, com muitas BRs que precisam de investimentos”, relatou.
O PAC prevê também parceria com a iniciativa privada na promoção do desenvolvimento do Estado. O parlamentar afirmou que, no Brasil, se gasta cerca de R$ 280 bilhões com investimentos em rodovias. “Hoje, os estados não vivem sem parcerias públicas e privadas. O investimento privado é muito importante e esse PAC tem essa característica. Ele considerou o investimento privado, principalmente, no setor de transporte, de conservação, de concessão das rodovias”, comentou. “Desse [total], quase R$ 201 bilhões são da iniciativa privada.”
O deputado federal classificou essa iniciativa como “ganha-ganha”. “Ganha a iniciativa privada, porque pode estar fazendo investimento, ganha o estado, porque tem a sua capacidade de atuar ampliada, e ganha a população, que vai ver melhoria na qualidade dos serviços, vai ter emprego, vai ver distribuição de renda. É o ganha-ganha, todo mundo ganha”, afirmou.
Em sua avaliação, apesar da importância geral dos investimentos, merecem destaques as obras nos complexos de petróleo e gás em decorrência do empobrecimento e do grande crescimento da violência na região ao longo dos últimos anos.
“A minha cidade é tomada por barricadas, em função da queda da atividade do petróleo e gás, que é muito forte aqui no estado do Rio de Janeiro, e da indústria naval. Então, eu acho que esses investimentos vão dar um upgrade, devolver esperança para o pessoal que mora no Rio de Janeiro, para o fluminense, vai gerar emprego e vai gerar renda”, elencou.
O parlamentou comentou ainda sobre a necessidade de urbanização de favelas, presente em grande parte do Estado, como na capital e na região metropolitana. “Tem muita favela, então, melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram nesses locais, levando urbanização, levando equipamentos, é muito importante.”
Segundo Dimas Gadelha, outra importante ação do Novo PAC é a prevenção a acidentes naturais, até mesmo em decorrência da geografia do Rio de Janeiro.
“Perder a vida de pessoas por causa de acidentes naturais é triste. Então, o estado tem que fazer investimento nessa área e vai fazer. E o Minha Casa, Minha Vida vai colocar vários cariocas, vários fluminenses, com a possibilidade de realizar o seu sonho, que é ter sua casa própria”, disse. “Todos [os investimentos] são importantes na construção de uma vida melhor.”
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