O desfecho do ato na Universidade Federal do Pará (UFPA) no início da noite desta sexta-feira (24) fala por si: após discurso em defesa da educação pública do País, Fernando Haddad desce do palco aclamado e é conduzido pelos braços da multidão. Minutos antes, o ex-ministro e professor havia dito o que parece óbvio, mas que o atual desgoverno de Jair Bolsonaro (PSL) custa a enxergar.
“Eles falam da bandeira, do hino, do verde amarelo, mas o nacionalismo se forma na universidade (…). Se tem uma bandeira que representa o nosso futuro é esta que vocês defendem com unhas e dentes que é a da educação”, declarou Haddad, em Belém, no segundo dia da Caravana Lula Livre pelo Norte – a programação segue neste sábado com encerramento na cidade de Concórdia.
Esta foi apenas um dos recados incisivos dados por quem tem gabarito de sobra para falar do poderio “revolucionário da educação pública do país”, conforme definição do próprio Haddad ao explicar a razão do descaso de Bolsonaro pela categoria: “Vocês estão dando uma lição para o país. Eu nunca vi um presidente ter uma queda tão grande de popularidade por ter mexido com a educação pública. Um Brasil grande começa com vocês”.
Enquanto a cúpula bolsonarista ainda tenta justificar o corte no orçamento das instituições federais de ensino, Haddad mostra ao despreparado presidente como é que se trata a educação pública do país. “Ele está com a cabeça na ditadura quando os negros só entravam na universidade para fazer faxina. Agora eles são doutores (…). Dia 30 as manifestações serão ainda maior”, finalizou, citando o novo ato marcado pelos estudantes em defesa da educação.
Legado imenso
Coube à presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, relembrar mais uma vez a imensa herança deixada à educação pública do país a partir do governo Lula. “A educação faz a diferença na vida das pessoas. Nós fizemos com que as universidades deixassem de ser das elites e passassem a ser do povo. Mais de 50% dos estudantes é de jovens negros. Por isso esta luta é tão importante”, enfatizou.
Em seguida, disse o que está cada vez mais claro para os brasileiros: “Estamos aqui numa caravana que leva o nome daquele que foi o melhor presidente do país. Mas não estamos aqui só porque ele foi condenado sem provas para Bolsonaro ganhar as eleições. Estamos aqui porque Lula é o símbolo de uma época em que o Brasil se encontrou com o seu povo e povo se encontrou com o Brasil”.
Por fim, Gleisi cita Darcy Ribeiro para ilustrar qual será a postura da militância a partir de agora. “Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar. E nós não vamos nos resignar nunca. Por isso, vai às ruas no dia 30”, conclui.
Da Agência PT de Notícias