O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), em artigo para a revista digital Focus, da Fundação Perseu Abramo, discorreu sobre as conquistas dos governos Lula e Dilma (2003 até o golpe de 2016) e assinalou que o partido tem propostas concretas para “fazer uma transição histórica, resgatando direitos e a democracia, mas elevando o Brasil a outro patamar civilizatório e de desenvolvimento”.
Segundo ele, além da tarefa imediata de combater a fome e a insegurança alimentar que afligem mais de 100 milhões de pessoas, “temos a responsabilidade de reerguer a economia, a começar pela indústria”. As propostas do partido estão no Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, que está sendo atualizado.
Reginaldo Lopes denuncia que, com o governo de extrema direita Jair Bolsonaro, “o cenário é catastrófico”, com a perda, em três anos, de “mais de 35 mil indústrias, uma média de 17 por dia”. O líder petista disse que o “crescimento econômico é pífio, ante números expressivos dos governos Lula (4,6% em média) e de Dilma ( 3,5%)”. Nos governos do PT, foram criados mais de 20 milhões de empregos.
“O PT tem como enriquecer o debate com novos elementos, nossas ideias sobre democracia, economia, consumo, direitos econômicos, ambientais, sociais e trabalhistas. E elaborar diretrizes para um país com inclusão social, geração de renda e empregos e que garanta o futuro a uma juventude que hoje padece com o desalento e a desesperança., afirmou
Leia o artigo:
“Promover justiça social para reconstruir o Brasil
Por Reginaldo Lopes (*)
O seminário Resistência, Travessia e Esperança, promovido na última semana pelo Partido dos Trabalhadores, as lideranças do PT na Câmara e no Senado, a Fundação Perseu Abramo e o Instituto Lula, diagnosticou os enormes problemas enfrentados pelo povo brasileiro. E, ao mesmo tempo, busca encontrar caminhos para tirar o Brasil do atoleiro econômico, social e ambiental.
O ex-presidente Lula e a ex-presidenta Dilma, durante o seminário, deixaram clara a necessidade de se criar condições de governabilidade para a suplantação da crise sanitária, política e social provocada pelo modelo neoliberal implementado com o golpe de 2016 e aprofundado pelo neofascista Bolsonaro.
As duas bancadas, junto com os movimentos sociais, sindicais e populares — e diferentes setores da sociedade –, têm a responsabilidade de contribuir com o grande movimento está sendo criado em torno do ex-presidente Lula. Temos que construir uma maioria, a priori numérica e, no futuro, política.
O PT tem como enriquecer o debate com novos elementos, nossas ideias sobre democracia, economia, consumo, direitos econômicos, ambientais, sociais e trabalhistas. E elaborar diretrizes para um país com inclusão social, geração de renda e empregos e que garanta o futuro a uma juventude que hoje padece com o desalento e a desesperança.
Como o presidente Lula costuma dizer, precisamos recuperar o nosso legado. Quando o PT esteve à frente do governo, os avanços foram superlativos. Alguns países que fizeram revolução talvez não tenham avançado tanto quanto o Brasil. Naquele período, o país criou 20 milhões de postos de trabalho e mantendo os direitos trabalhistas. Além disso, os governos Lula e Dilma quadruplicaram os recursos para a educação, levaram mais de 50% de negros à Universidade, tiraram o Brasil do Mapa da Fome. Pagamos a dívida externa e projetamos o Brasil no cenário mundial. Avanços em todas as áreas.
Com Bolsonaro, o cenário é catastrófico. O Brasil perdeu mais de 35 mil indústrias, uma média de 17 por dia. O crescimento econômico é pífio, ante números expressivos dos governos Lula (4,6% em média) e de Dilma ( 3,5%).
Além da tarefa imediata de combater a fome e a insegurança alimentar que afligem mais de 100 milhões de brasileiros, temos a responsabilidade de reerguer a economia brasileira, a começar pela indústria. O Brasil não pode se transformar na roça do mundo, tampouco ficar orbitando em torno dos bancos. É preciso reorganizar nosso modelo econômico. O atual, calcado em produtos primários, aprofunda nossa condição de país periférico.
As exportações de grãos – junto com a de minérios – suscitam outra reflexão para um futuro governo: praticamente não pagam impostos e não agregam valor. Quantos milhões de empregos poderiam ser criados com a agregação de valor nas exportações de soja e minérios?
Até a estratégica Petrobras foi levada a tornar-se exportadora de petróleo bruto e importadora de combustíveis, numa política antinacional que precisa ser revista, pois ficou à mercê de acionistas, em boa parte estrangeiros, em detrimento do povo brasileiro.
Temos a chance de fazer uma transição histórica, resgatando direitos e a democracia, mas elevando o Brasil a outro patamar civilizatório e de desenvolvimento. Desenvolver um modelo econômico de baixa produção de carbono, intensificar a produção tecnológica e o desenvolvimento digital, áreas em que o Brasil sofreu abissal retrocesso com o golpe de 2016 e Bolsonaro, e trilhar o caminho da questão ambiental e ecológica, o que abre oportunidades num mundo sedento por sustentabilidade.
É prioritária uma nova matriz descentralizada de desenvolvimento econômico, com a valorização do associativismo, do cooperativismo, financiamentos de fábricas e produção de novas tecnologias. Temos condição de fazer uma nova indústria – clima, gente, inteligência, um grande complexo de universidades – e realizar a transição para uma economia digital e matriz energética limpa a sustentável.
É preciso começar 2022 integrando todos os setores do nosso partido e da militância para que colaborem e atualizem o nosso Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil. O PT e o presidente Lula trazem a esperança de dias melhores. Lula é o líder capaz de construir novos valores, conceitos e trazer de volta a alegria, a tolerância e a autoestima do povo brasileiro.
(*) Deputado federal por Minas Gerais, é o líder do PT na Câmara dos Deputados”
Redação PT na Câmara