Em discurso na tribuna da Câmara, nesta terça-feira (1º), o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) acusou a oposição conservadora de se dedicar a uma pauta que não contribuiu com o Brasil. “Pelo contrário, a oposição brasileira investiu numa agenda para inviabilizar o País, a chamada pauta-bomba: uma pauta de gastos exagerados, uma pauta de contradições, paradoxos”, disse Teixeira, que é vice-líder do Governo na Câmara.
O deputado paulista também criticou o moralismo seletivo e hipócrita da direita. “A oposição vem à tribuna com um discurso, como se fosse paladina da moralidade, como se fosse dona e titular de uma prática irrepreensível, como se não tivesse inaugurado uma prática política superada. Discute sempre de dedo em riste em relação ao nosso partido e ao nosso Governo! Esperem lá! Nós queremos passar, sim, o Brasil a limpo! Aliás, essa história de 13 anos foi uma história de fortalecimento institucional, foi uma história de compromisso com o combate à corrupção”, afirmou Teixeira, que listou inúmeros escândalos vinculados ao PSDB que desautorizam o discurso de vestal.
“O governador Beto Richa, do Paraná, está denunciado no STJ por práticas ilícitas. No governo de São Paulo foi descoberto um esquema de desvio de recursos para o centro político do governador Geraldo Alckmin, envolvendo inclusive parlamentares. Esse sistema envolveu desvio de recursos da merenda escolar no estado de São Paulo. O ex-Presidente do PSDB, o ex-Governador Eduardo Azeredo, foi condenado a 20 anos de prisão. Recentemente, um dos delatores [da Operação Lava-Jato] disse que, de tudo que era desviado da estatal Furnas, um terço era para o candidato Aécio Neves”, citou o parlamentar petista.
Paulo Teixeira disse que a Lava-Jato tem méritos, especialmente o fato de estabelecer “um novo padrão” na relação público-privada, mas acrescentou que é preciso discutir as ilegalidades praticadas no âmbito da operação. “A primeira das ilegalidades é a seletividade. Parece que ali os juízes e procuradores, inclusive, agentes da Polícia Federal têm objetivo político, que é atingir o partido que está no governo e não investigar o todo da obra. Não investiga o PSDB e as denúncias relacionadas ao PSDB”, avalia.
“É importante que a Lava-Jato possa investigar a fundo os recursos de campanha do candidato de oposição, Aécio Neves. Ora, se a [construtora] UTC destinou a mesma quantia de recursos ao candidato de oposição, se o candidato de oposição está sendo denunciado por um dos delatores, o que nós esperamos da Lava-Jato é que ela não seja seletiva, que ela investigue a fundo os recursos da campanha do PSDB, que ela investigue a fundo as delações direcionadas à oposição e aos partidos de oposição”, acrescentou Teixeira.
Outras ilegalidades apontadas por Teixeira são o vazamento seletivo de documentos que estão sob sigilo e a extensão da competência do juiz Sérgio Moro, que não tem competência para investigar no Brasil inteiro diversos temas relacionados a qualquer eventual ilícito. “Inclusive, num dos seus textos, o juiz Moro diz que, se não conseguir condenar na Justiça, vai condenar na opinião pública. Isso é a utilização dos jornais para fazer uma condenação política, ainda que não tenha base jurídica para fazê-lo. Isso é ilegal”, denunciou o parlamentar.
“Nós queremos uma Justiça que seja equilibrada e que esteja dentro da Constituição brasileira, porque uma Justiça que não esteja enquadrada na Constituição brasileira está na ilegalidade e suas decisões serão anuladas nos tribunais superiores futuramente”, concluiu Teixeira.
Rogério Tomaz Jr.
Foto: Nilson Bastian/Agência Câmara