Ao falar na comissão que analisa o processo de impeachment, o deputado Bohn Gass (PT-RS) criticou a oposição que insiste em fugir do debate jurídico – diferentemente do que fizeram Nelson Barbosa (ministro da Fazenda) e José Eduardo Cardozo (ministro da AGU) – para se ater ao discurso vazio, meramente de disputa política e sem elementos que o sustentem. “É o mesmo discurso que se traduziu na peça do relator e que não enfrenta o debate”, afirmou.
Bohn Gass fez questão de reforçar que os elementos em discussão dentro do processo em curso dizem respeito a seis decretos de suplementação orçamentária e a uma questão relacionada às chamadas “pedaladas”. “A pedalada se refere ao Plano Safra da agricultura familiar do País. No tempo de FHC, tinham R$ 2 bilhões para a agricultura. Mesmo a parte do subsídio colocada no juro – porque não havia muito subsídio –, o presidente à época atrasava o repasse, e não era operação de crédito”, recordou o deputado.
O parlamentar lembrou que, em valores indiscutivelmente mais vultosos, Dilma Rousseff está investindo uma quantia dez vezes maior – R$ 20 bilhões. “Esse recurso é integralmente repassado pelo tesouro ao banco, não é uma operação de crédito, e a oposição e o nobre relator (Jovair Arantes) insistem em dizer que é. Não é! Qual é a conclusão a que chego: a oposição quando só critica o Plano Safra de quem produz comida no País, quando só critica o ‘Minha Casa, Minha Vida’, quando só critica o Bolsa Família… É porque ela não quer esses programas”, avaliou.
Em suma, Bohn Gass afirmou que a oposição, ao apontar que tal procedimento de repasse configura uma operação de crédito, está dizendo que os agricultores do Brasil não terão mais esses subsídios num eventual governo golpista. “Da mesma forma, não terão o Bolsa Família e outros programas. É isso que a oposição golpista tem que assumir”.
PT na Câmara
Foto: Gustavo Lima