Operação Lava Jato cometeu quatro crimes e deixou Lula preso injustamente, acusa Gleisi

Às vésperas de completar um ano da prisão política do ex-presidente Lula, que foi encarcerado em um processo que não tem provas, que sequer tem crime devidamente tipificado no ordenamento penal brasileiro, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou na tribuna da Câmara, nesta quinta-feira (4), que era o coordenador da Operação Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol e Sérgio Moro que deveriam estar presos. “Estes sim, cometeram quatro crimes”, acusou.

Gleisi enumerou os crimes de Moro e Dallagnol: primeiro, de corrupção passiva, artigo 317 do Código Penal. “Eles entregaram informações relevantes da Petrobras e da Odebrecht aos Estados Unidos e Suíça, para prejudicar as empresas e o Brasil, e receberam, por isso, R$ 9,3 bilhões”.

Segundo: eles incorreram também no crime de lavagem de dinheiro, Lei 9.613. “Eles criaram um fundo, que já tem dinheiro, e queriam criar uma fundação a despeito da Procuradoria-Geral da República, para receber dinheiro em troca de terem dado as informações. Isso é lavagem de dinheiro”.

Terceiro: Moro e Dallagnol atuaram em conjunto e de maneira organizada e hierárquica para desviar recursos públicos por fora do Orçamento ao colocar esses recursos em um fundo e em uma fundação. “Portanto, eles incorrem em formação de quadrilha, artigo 288 do Código Penal”.

E, por fim, completa Gleisi, “eles usaram, recursos obtidos de forma ilícita para sustentar e promover atividades de interesse pessoal, de seus gestores, além de interferir em questões de governo. Isso é organização criminosa, Lei 12.850”.

“Portanto, eu acuso a Operação Lava Jato de incorrer em quatro crimes, deixando preso um homem inocente. Mas nós vamos resistir, e nós vamos tirar isso a limpo. A nossa luta é pelos direitos do povo, por soberania!”, afirmou Gleisi.

Vítima de power point e do interesse do Departamento de Justiça dos EUA

A presidenta do PT enfatizou que Lula é vítima de um power point, “das convicções de um procurador de primeira instância do estado do Paraná, o doutor Deltan Dallagnol, e da perseguição implacável de um juiz que se dizia neutro, Sérgio Moro, e que recentemente assumiu o Ministério da Justiça de Jair Bolsonaro, mostrando seu lado político”.

Gleisi relembrou que Lula foi vítima de condução coercitiva espetacular, de escutas ilegais, de abusos no processo penal. “E agora nós descobrimos que tudo isso tem algo mais forte por trás, que não só as acusações contra Lula de corrupção passiva, de lavagem de dinheiro, como quiseram demonstrar”.  Ela afirmou que o que está por trás é o interesse sem precedente do Departamento de Justiça (DoJ) norte-americano, que desde 2009, está treinando os componentes da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Em 2009 o DoJ fez aqui no Brasil um treinamento e tirou como objetivo uma primeira operação, uma operação prática de treinamento que foi a Operação Lava Jato. “E quem era o objetivo dessa operação? Além de lideranças do PT, Luiz Inácio Lula da Silva”. E hoje, explicou a deputada, fica claro porque Lula era o objetivo dessa operação, porque Lula era o foco. Porque Lula defendia a nossa soberania nacional. Foi Lula que descobriu o pré-sal, que investiu nos BRICS, que investiu na Unasul, que abriu novos mercados ao povo brasileiro, ao setor produtivo brasileiro, tirando o Brasil da posição subalterna com os americanos.

“E hoje nós estamos vendo exatamente o contrário. Bolsonaro devolve o Brasil a bater continência aos Estados Unidos e a se subjugar aos interesses americanos”.

Delações e acordo de leniência revelam perseguição a Lula

A indústria das delações, na avaliação da presidenta do PT, deixa evidente o caráter de perseguição a Lula. “A OAS fez negociação com seus executivos, pagando a cada um R$ 1 milhão para que corroborassem com a delação do seu chefe, daquele que entregou o Lula depois de duas vezes ter negado envolvimento com o presidente, o senhor Léo Pinheiro”, acusou.

Gleisi disse também que, depois, ficou mais claro ainda a perseguição com os acordos de leniência firmados com a Petrobras e com a Odebrecht. “O acordo com a Petrobras é um acordo de lesa-pátria, entregou o nosso pré-sal, entregou informações relevantes para os americanos, sequer sem serem formalizadas. Aliás, está no convênio formalizado por procuradores de primeira instância, por juiz de primeira instância, que não precisava formalidade para entregar as informações”, criticou.

E agora, continuou a deputada, descobrimos nessa semana, o acordo com a Odebrecht, na Suíça, mediado pelos Estados Unidos, para também entregar várias informações. “Isso tudo rendeu ao Ministério Público Federal e ao juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, R$ 9,3 bilhões.

Jornada Lula livre

A presidenta nacional do PT convocou os brasileiros para participarem da Jornada Lula Livre, que começa no domingo,7 de abril, dia que completa um ano da prisão política e injusta de Lula. “Vai ser uma jornada sem tréguas para a gente libertar aquele que foi o maior presidente que esse País já teve, tirou gente da miséria, deu dignidade ao Brasil, lutou pela nossa soberania, e foi uma época de desenvolvimento econômico e social sem precedentes na história”, concluiu.

 

Vânia Rodrigues

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