ONU declara 2014 como Ano Internacional da Agricultura Familiar

agriculturafamiliarA agricultura familiar foi eleita tema do ano 2014 pelos 193 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU). Durante reunião realizada em dezembro, a Assembleia Geral da ONU declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, disse que a declaração aponta o entendimento da ONU acerca do caráter estratégico do setor para o combate à fome. “Com esta decisão, a ONU reconhece a importância estratégica da agricultura familiar para a inclusão produtiva e para a segurança alimentar em todo o mundo – num momento em que este organismo vem manifestando sua preocupação para com o crescimento populacional, a alta dos preços dos alimentos e o problema da fome em vários países”, analisou Florence, que também lembrou que a agricultura familiar produz 70% dos alimentos consumidos pela população no Brasil.

Para o deputado Bohn Gass (PT-RS), a escolha é motivo de orgulho especial para o Brasil. “É muito grande a nossa satisfação por esse reconhecimento mundial, que ocorre muito em função do trabalho que o Brasil vem realizado, especialmente a partir do governo Lula, de fortalecimento da nossa agricultura familiar. A própria eleição de José Graziano para a direção geral da FAO também é um indicador desse trabalho. Portanto, nada mais justo do que esse reconhecimento!”, comemorou Bohn Gass, que integra o Núcleo Agrário do PT na Câmara.

Bohn Gass espera que a decisão da ONU garanta resultados concretos para a agricultura familiar. “Esperamos que esse reconhecimento resulte em mais estímulo ao setor em âmbito global, com políticas públicas para aqueles que produzem alimento, que são justamente os pequenos agricultores”, acrescentou o parlamentar gaúcho.

A declaração foi considerada uma vitória das 350 organizações de 60 países ligadas à agricultura familiar que apoiaram uma campanha iniciada em fevereiro de 2008 em favor dessa decisão, na qual o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) teve papel importante. “Foi uma vitória importante do ponto de vista político para fortalecer a agricultura familiar em todo o mundo. Essas 350 organizações se uniram para sensibilizar governos a fim de que ela fosse reconhecida como instrumento de erradicação da fome de mais de um bilhão de pessoas”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura (Contag), Alberto Broch.

Dever de casa – O deputado Valmir Assunção (PT-BA) considera importante a decisão, mas ressaltou que o Brasil precisa realizar o seu “dever de casa” em relação à reforma agrária. “Sem dúvida essa declaração é importantíssima, mas o Brasil precisa acelerar a reforma agrária e garantir que milhares de família que vivem à beira da estrada, esperando pelas desapropriações, possam tirar o seu sustento através do trabalho na agricultura familiar. A concentração fundiária continua aumentando e o governo precisa tomar uma atitude em relação a isso. Além de acelerar as desapropriações, é necessário fortalecer e valorizar o quadro de servidores do Incra e dos demais órgãos relacionados à reforma agrária. Acredito que a presidenta Dilma terá condições de fazer isso nesses próximos anos do governo”, afirmou Valmir Assunção, também integrante do Núcleo Agrário do PT na Câmara.

O ministro Florence lembra que o governo brasileiro tem impulsionado a agricultura familiar por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que fechou 2011 com uma carteira de crédito ativa de R$ 30 bilhões e mais de 3,2 milhões de contratos ativos. “Aperfeiçoar o crédito, a assistência técnica, o apoio à comercialização e as políticas públicas construídas ao longo dos últimos anos e aprimoradas em 2011 são nossos objetivos para 2012”, disse o ministro.

No Brasil – A agricultura familiar é hoje responsável por 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006 – o mais recente feito no país -, são fornecidos pela agricultura familiar os principais alimentos consumidos pela população brasileira: 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38,0% do café, 34% do arroz, 58% do leite, possuíam 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves, 30% dos bovinos, e produziam 21% do trigo.

No Censo Agropecuário de 2006 foram identificados 4,3 milhões de estabelecimentos de agricultores familiares, o que representa 84,4% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros. Este segmento produtivo responde por 10% do Produto Interno Bruto (PIB), 38% do Valor Bruto da Produção Agropecuária e 74,4% da ocupação de pessoal no meio rural (12,3 milhões de pessoas).

Rogério Tomaz Jr. com Portal MDA

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