Delação premiada de executivos da Odebrecht atingiu em cheio o ninho tucano paulista. Reportagem do jornal Folha de S. Paulo divulgada nesta sexta-feira (9) revela que a empreiteira afirmou no acordo de delação com a Operação Lava Jato que as campanhas de 2010 e 2014 do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, – conhecido como o “Santo” na lista da Odebrecht, divulgada recentemente, foram abastecidas com dinheiro vivo de Caixa 2. De acordo com o periódico, executivos da Odebrecht informaram que o montante foi repassado por meio de intermediários próximos a Alckmin.
Adhemar Ribeiro, irmão da primeiradama, Lu Alckmin, é um dos personagens centrais dessa trama. Segundo a Folha, a delação dos executivos revela que Adhemar recebeu R$ 2 milhões em espécie e que esse valor foi repassado no escritório do cunhado de Alckmin, na capital paulista.
Esses recursos levaram Alckmin a vencer a disputa de 2010, já no primeiro turno, com 50,63% dos votos válidos. O tucano disputou a eleição para o governo de São Paulo com o petista Aloizio Mercadante. O operador da campanha de 2014 foi o atual secretário de Planejamento do Governo de São Paulo, Marcos Monteiro – homem de confiança de Alckmin. O tucano foi reeleito com 57% dos votos. A matéria da Folha não revela o montante que foi repassado a Marcos Monteiro.
Carlos Armando Paschoal, o CAP, ex-diretor da Odebrecht em São Paulo é um dos executivos da empreiteira que delataram o caixa dois tucano. Segundo a matéria, ele é um dos responsáveis por negociar doações eleitorais a políticos. Recentemente, CAP afirmou também em delação premiada que pagou R$ 23 milhões via caixa dois para a campanha presidencial de 2010 do atual chanceler do Ministério de Relações Exteriores, José Serra.
Veiculada pelos principais órgãos de imprensa, a delação que pegou Geraldo Alckmin com a boca na botija foi repercutida nas redes sociais, chegando aos principais assuntos dos trend topics do Twitter. Parlamentares da bancada do PT usaram suas contas no Twitter para comentar o assunto. “Há algo de podre no reino da tucanolândia”, disse Chico D’Angelo (PT-RJ)
Já a deputada Margarida Salomão (PT-MG) questionou o silêncio dos combatentes da corrupção. “Queremos saber por onde andam os paneleiros. Não se indignam com tucanos? E o Alckmin? Alckmin não é o primeiro do PSDB a ser citado na Lava Jato, o senador Aécio Neves, por exemplo, é recordista nas citações”, disse.
“Odebrecht delata propina em dinheiro vivo para Alckmin. Parece que desta vez o tucano conseguiu fazer água…na imaculada imagem junto ao PIG”, ironizou Givaldo Vieira (PT-ES).
Benildes Rodrigues com Agências