O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Caso Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que vai apresentar nesta terça-feira (26), um relatório com o detalhamento de toda a documentação recebida pela comissão até o momento. “Desde a instituição da CPMI recebemos um calhamaço de documentos. Vamos produzir um relatório descritivo, contendo todo o material disponível e apresentar aos integrantes da comissão”, adiantou Odair Cunha.
Em relação às oitivas marcadas para esta semana, o relator espera que os depoimentos contribuam para esclarecer os fatos apontados na Operação Monte Carlo, desencadeada pela Polícia Federal (PF). “A nossa expectativa é estabelecer os vínculos claros do grupo criminoso liderado pelo contraventor Carlos Cachoeira e a extensão desse grupo com as pessoas que foram nominadas no inquérito da PF”, destacou o relator.
Depoimentos – A CPMI ouve nesta terça-feira, pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O primeiro a depor é Lúcio Fiúza, ex-assessor do governador tucano. A versão sobre a compra da casa de Perillo, sustentada em depoimento dado à CPMI pelo empresário Walter Paulo Santiago, dono da empresa Mestra Administração e Participações, diz que o montante no valor de R$ 1.4 milhão pago em dinheiro vivo foi repassado ao ex-vereador tucano, Wladimir Garcez e a Lúcio Fiuza.
Um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, Écio Antônio Ribeiro será o segundo a ser ouvido. A casa foi registrada em um cartório em Trindade (GO) em nome da empresa. Na sequência, a comissão inquere o arquiteto que reformou a mansão, Alexandre Milhomen.
Já na quarta-feira (27) mais três pessoas ligadas ao governador Marconi Perillo irão depor. Um deles é o ex-tesoureiro da campanha do tucano ao governo de Goiás, em 2010, Jayme Eduardo Rincón. Ele é presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop). As investigações da PF revelam um depósito do grupo de Cachoeira no valor de R$ 600 mil na conta da empresa Rental Frota Ltda, que tem Rincón como um dos sócios.
A comissão ouve também a ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro. De acordo com o inquérito da PF, ela avisou ao prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, sobre a busca que agentes da Receita Federal de Goiás faria na casa dele. A busca fazia parte da operação de combate a fraudes.
O radialista que trabalhou na campanha de Perillo ao governo de Goiás, em 2010, Luiz Carlos Bordoni se colocou a disposição da comissão e também será ouvido na quarta-feira. Bordoni disse que o pagamento pelos serviços prestados foi feito, segundo a Polícia Federal, pela empresa Alberto & Pantoja. Essa empresa, de acordo com as investigações da PF, é uma empresa de fachada controlada por Carlos Cachoeira, utilizada para lavar dinheiro da Construtora Delta.
A reunião acontecerá às 10h na sala 2 da Ala Senador Nilo Coelho
Benildes Rodrigues
