“O legado do G20 Social será histórico”, afirma o ministro Márcio Macêdo

Macêdo: "A grande fotografia do G20 será o G20 Social no Brasil. Será um dos grandes legados que a presidência do Brasil vai deixar para o fórum". Crédito: Reprodução / Canal Gov

Em entrevista ao Giro Social, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência destaca a importância do G20 Social, evento inédito que une sociedade civil e líderes globais em debates sobre desigualdade, clima e inclusão

A cidade do Rio de Janeiro será o epicentro de discussões globais inovadoras com a realização da primeira edição do G20 Social, que ocorre desta quinta-feira (14) até sábado (16). O evento inédito, liderado pelo Brasil, integra a sociedade civil à agenda do G20 e discute temas essenciais como combate à fome, sustentabilidade e uma nova governança global.

A Cúpula do G20 Social é um marco na presidência brasileira do G20, consolidando o país como um dos principais atores na governança global, especialmente no que diz respeito a temas sociais e ambientais. O G20 reúne 13 grupos de engajamento em um diálogo global histórico, com foco em temas sociais, sustentabilidade e governança.

Durante a estreia do programa Giro Social no Canal Gov, da EBC, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, falou sobre a importância desse evento em uma entrevista, e destacou o caráter inédito da iniciativa: “A grande fotografia do G20 será o G20 Social no Brasil. Será um dos grandes legados que a presidência do Brasil vai deixar para o fórum. Eu espero que essa fotografia seja a mais plural possível, seja dentro do debate democrático, seja respeitosa com o processo político e que possa contribuir efetivamente para mudar a vida das pessoas para melhor.”

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Macêdo explicou que a realização do G20 Social é uma inovação trazida pelo governo brasileiro sob a liderança do presidente Lula. “Estamos ampliando o diálogo com a sociedade civil de uma forma que nunca foi feita antes”, disse ele.

Ineditismo

Pela primeira vez, o Brasil preside o G20, e isso acontece em um contexto onde a integração de temas sociais à agenda oficial se tornou prioridade. O G20 Social vem para substituir as tradicionais reuniões paralelas da sociedade civil, que eram historicamente realizadas à margem dos encontros oficiais.

Proposta do G20 Social

O G20 Social foi cuidadosamente estruturado para promover um diálogo forte entre a sociedade civil global e os líderes das principais economias mundiais. Serão 13 grupos de engajamento: C20 (sociedade civil), T20 (think tanks), Y20 (juventude), W20 (mulheres), L20 (trabalho), U20 (cidades), B20 (business), S20 (ciências), Startup20 (startups), P20 (parlamentos), SAI20 (tribunais de contas), J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos).

Além disso, novos grupos, como o J20 e o O20, foram criados para expandir a discussão para áreas emergentes e cruciais, como justiça oceânica e a participação dos tribunais superiores no cenário global.

O evento contará com mais de 271 atividades autogestionadas, propostas por organizações sociais de diferentes origens. A ideia é dar espaço para um debate diverso e inclusivo, abordando temas como justiça ambiental, equidade em saúde, enfrentamento ao racismo e colonialismo, direitos LGBTQIAPN+, igualdade salarial e muitos outros.

O Boulevard Olímpico, no coração do Rio de Janeiro, será o palco de todas essas discussões, com locais icônicos como o Espaço Kobra, o Armazém 2, o Armazém 3, o Armazém Utopia e o Museu do Amanhã. Esses espaços foram escolhidos para proporcionar uma experiência que seja ao mesmo tempo cultural e educativa, permitindo que os participantes mergulhem totalmente nos debates.

Movimentos Sociais

O governo Lula, por meio da Secretaria-Geral da Presidência, fez questão de incluir movimentos sociais de base histórica na construção desse evento. Entre os principais participantes estão a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Coalizão Negra por Direitos, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Central Única das Favelas (CUFA) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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“Esses movimentos não só trouxeram suas pautas para discussão, mas ajudaram a moldar a agenda de forma democrática e representativa”, explicou Márcio Macêdo. A ideia é garantir que as vozes que geralmente não são ouvidas nos grandes fóruns internacionais tenham um espaço digno e significativo. Esse compromisso com a inclusão é o que torna o G20 Social um evento verdadeiramente único.

Macêdo destacou que as plenárias principais, programadas para sexta-feira (15), envolverão ministros do governo Lula e discutirão os três eixos prioritários da presidência brasileira do G20: combate à fome, pobreza e desigualdades; sustentabilidade, mudança do clima e transição justa; e reforma da governança global.

“Temas que afetam diretamente a vida das pessoas, como a fome, estão no centro da nossa agenda. O presidente Lula quer garantir que ninguém fique para trás”, afirmou.

Agenda focada na transformação

A programação do G20 Social inclui exposições e feiras, como o Caminho da Fome, onde serão apresentadas iniciativas de combate à fome e à insegurança alimentar. Outras atrações incluem o Caminho da Literatura Brasileira, que trará autores de diferentes regiões do país, e exposições de culinária, produtos sustentáveis e artesanato das comunidades tradicionais.
O ministro Márcio Macêdo comparou a organização do evento a um jogo de futebol. “Nós planejamos, organizamos, discutimos a estratégia e agora a bola está rolando. O G20 Social é uma oportunidade para mostrar que o Brasil está preparado para liderar debates globais.”

Governança global

A entrevista também abordou a importância de repensar a governança global. O mundo mudou muito desde a criação do G20, e o ministro ressaltou a urgência de ajustar as estruturas internacionais para incluir mais vozes do Sul Global.
“Os países que estão no Conselho de Segurança da ONU hoje não refletem a atual configuração do mundo. Muitos deles são financiadores de guerras, enquanto nós queremos discutir a paz e o desenvolvimento sustentável”, destacou Macêdo.

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Ele também falou sobre a necessidade de se debater a taxação de super-ricos. “Se conseguirmos taxar 2% da riqueza dos mais ricos, poderemos acabar com a fome de 350 milhões de pessoas no mundo. Isso é algo que não pode esperar”, disse. O ministro acredita que o Brasil, sob a liderança de Lula, está fazendo sua parte ao promover políticas públicas inclusivas e sustentáveis.

Favelas e populações marginalizadas

O evento também dará destaque às favelas e comunidades marginalizadas. Dois grupos específicos, o F20 e o G20 Favela, foram criados para dar voz às demandas dessas comunidades.

“A favela é um símbolo de duas realidades: o fracasso das elites em garantir moradia digna e a incrível resiliência e criatividade do povo brasileiro”, disse o ministro emocionado.

O G20 Favela, liderado pela Central Única das Favelas (CUFA), terá representantes de 40 países, mostrando que as questões das favelas são universais. “As favelas têm desafios imensos, mas também uma potência enorme, com empreendedores, artistas e trabalhadores que merecem ser valorizados”, acrescentou. O evento contará ainda com a Expo Favelas, uma amostra da produção cultural e econômica dessas comunidades.

Participação popular

O G20 Social é visto como a coroação de um esforço de dois anos para reintegrar a sociedade civil às decisões de governo. Após anos de desmonte de canais de participação, o presidente Lula restabeleceu conferências, conselhos e fóruns, incluindo o Concea, fundamental para a segurança alimentar. “Governar é ouvir. O presidente Lula sempre diz que, quando se faz junto, a chance de acertar é muito maior”, lembrou Macêdo.

O evento terminará com a entrega de um documento síntese ao presidente Lula, que estará acompanhado do presidente da África do Sul, país que liderará o G20 no próximo ano. “A África do Sul já se comprometeu a continuar o G20 Social, garantindo que esse legado do Brasil tenha um impacto duradouro”, afirmou o ministro.

Por fim, o ministro destacou a importância de seguir acompanhando as decisões do G20 Social. Ele falou sobre a proposta de criar uma estrutura de monitoramento conjunto entre governo e sociedade civil para garantir que as pautas discutidas sejam implementadas.

“O G20 Social não é apenas um evento. É o início de uma nova forma de fazer política, com mais inclusão e respeito pelas vozes do povo.”

A entrevista terminou com um convite do ministro a todos os brasileiros: “Se você está no Rio de Janeiro, venha para o Boulevard Olímpico. Participe, veja o que está acontecendo e leve essa mensagem adiante. O Brasil está liderando, e é hora de fazermos história juntos.”

PT Nacional, com informações da Agência Brasil

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