NOTA DE REPÚDIO
O Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara se associa ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI), registrando sua indignação pela morte do jovem Neri Guarani Kaiowá nessa quarta-feira (18), na Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, durante ataque à retomada dos indígenas na Fazenda Barra.
De acordo com o CIMI, a assessora especial da Casa Civil do Governo Estadual do Mato Grosso do Sul, Luana Ruiz, é a advogada da ação deferida pela Justiça Federal de Ponta Porã, que determina a proteção da Fazenda Barra, sobreposta à Terra Indígena Nhanderu Marangatu, pela Polícia Militar, com rondas ostensivas e presença 24 horas por dia. Ela também é filha de Roseli Ruiz e Pio Queiroz Silva, autores da ação e proprietários da Fazenda
Barra. Em uma verdadeira “ação entre amigos”, o CIMI destaca que a Justiça Federal autorizou a polícia estadual, cujo chefe é o governador do Estado, Eduardo Riedel, a servir como segurança privada da fazenda.
A violência contra os Guarani e Kaiowá começou na madrugada e seguiu pela manhã. A Polícia Militar arrastou o corpo de Neri para um pedaço de mata. A ação dos policiais gerou revolta entre os indígenas, que passaram a avançar para o local em que o corpo foi levado.
Registramos, assim, nosso repúdio a mais este ato de violência contra os povos indígenas e nos somamos às ações que vêm sendo tomadas pelo CIMI, encaminhando ofício ao Ministério da Justiça e Cidadania para que possa averiguar os acontecimentos ora relatados.
Brasília, 18 de setembro de 2024.
João Daniel
Deputado Federal (PT-SE), coordenador do Núcleo Agrário da Bancada do PT na Câmara