Nova denúncia envolve tucanos em esquema de desvio de recursos em São Paulo

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Em nova denúncia envolvendo o propinoduto tucano, a edição desta segunda-feira (12) do jornal Valor Econômico revela que o governo do Estado de São Paulo, comandado pelo PSDB, pagou R$ 490 milhões para a Alston sem que fosse realizado serviço no metrô de São Paulo. Caso tivesse sido executado o serviço, poderia reduzir o intervalo entre trens em 58%, contribuindo para a vazão dos usuários e para a redução da superlotação nas horas de pico.

De acordo com a denúncia, a tecnologia teria que ser instalada nas três principais linhas do metrô paulistano. Entre elas, as duas mais usadas: a linha 1-Azul e a 3-Vermelha, que atendem em média mais de dois milhões de passageiros ao dia. Mas a Alstom só instalou o sistema, em caráter de teste, em alguns trechos da linha 2-Verde. Em nenhum caso a fabricante concluiu o serviço contratado. Mesmo assim, a empresa já recebeu R$ 490 milhões.

Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo os testes feitos pela Alstom na linha 2 acusaram problemas de segurança para usuários e funcionários. Para a entidade, a empresa não tinha qualificação suficiente para fornecer os equipamentos no prazo combinado.

Esse exemplo de “choque de gestão” tucano foi duramente criticado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que articula em nome da bancada do PT a coleta de assinaturas para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias envolvendo o alto escalão tucano na formação de quadrilha e desvio de dinheiro público do governo do Estado de São Paulo.

Para Paulo Teixeira é gravíssima a relação do governo de São Paulo com a Alstom e com a Siemens e vai caracterizando uma grande fraude que prejudica diretamente a população. “Isso desnuda a proposta de choque de gestão porque o interesse econômico empresarial prevaleceu em detrimento do bem estar da população que poderia ser beneficiada com soluções mais baratas e viáveis”, ressaltou.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) foi mais além.  O deputado acredita que “mais uma vez tentaram ocultar aquilo que era óbvio desde 2008″, afirmou. Segundo ele, a blindagem aos tucanos não é de hoje e exige pressão popular.  “Não importa o tamanho do esquema. Se envolve dinheiro público deve haver indignação”, declarou.

Para Berzoini, o que foi revelado até agora demonstra um esquema que passa por vários governos, mostrando que havia, inclusive, negociação internacional. “Isso precisa ser esclarecido e, quanto mais investigação, melhor. Não há razão para alguém ser contra uma CPI para aprofundar as investigações policiais”, disse o deputado, criticando a postura do governo de São Paulo que faz de tudo para barrar a aprovação de uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado.

Os deputados Francisco Chagas (PT-SP) e Newton Lima (PT-SP) também defenderam a instalação urgente de uma CPI na Câmara. “É um crime contra a população o que está acontecendo no governo do estado de São Paulo” disse Chagas. “É importante não só apoiar a CPI proposta pelo deputado Paulo Teixeira como pressionar para que os parlamentares aprovem a instalação da CPI proposta na Assembleia Legislativa”, declarou Newton Lima.

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Jonas Tolocka com agências

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