Antônio Carlos Rodrigues Furtado, de 61 anos, morreu de parada cardíaca, após ser espancado, quarta-feira (27), por Fábio Leandro Schwindlein, de 44 anos, em Balneário Camboriú (SC).
Não foi um crime qualquer, dentre tantos nas cidades brasileiras. Ocorreu à luz do dia, numa avenida movimentada. A vítima era um conhecido militante do PT. O assassino, um bolsonarista declarado. O motivo torpe: intolerância política.
Antônio Carlos foi agredido a socos e pontapés, mesmo depois de cair ao chão e implorar que Fábio Schwindlein parasse de bater, segundo depoimento de testemunhas à Polícia Militar. O bolsonorarista, de porte atlético, gritava ofensas contra o idoso e contra a esquerda enquanto espancava sua vítima.
O nome disso é barbárie; o sobrenome, fascismo.
O ódio e a violência do criminoso de Camboriú moveram o assassino de Moa do Katendê, em Salvador, em 2018.
Ódio e violência estimulados pela impunidade dos assassinos de Marielle e Anderson, no Rio; do sindicalista Carlos Cabral Pereira em Rio Maria (PA); do líder indígena Paulo Paulino Guajajara, em Bom Jesus da Serra (MA).
Ódio e violência que se voltam contra quem se levanta em defesa da liberdade, da democracia, dos direitos dos trabalhadores e dos oprimidos numa sociedade predominantemente machista, racista, intolerante.
Ódio e violência disseminados com método nas redes sociais, em escala industrial, por agentes do governo de extrema-direita, seus líderes, ideólogos e propagandistas, pelo núcleo familiar do próprio chefe do governo.
Disseminados e estimulados pelo discurso de um governante incapaz de conviver com a diversidade, a liberdade de pensamento e manifestação, com a própria democracia. Que se relaciona com milicianos, defende torturadores e já ameaçou metralhar os adversários.
Ódio e intolerância colocados em prática, todos os dias, por um governo que libera a posse e porte de armas indiscriminadamente, que lança as Forças Armadas contra manifestações pacíficas, persegue os artistas e criminaliza a Universidade.
Não faltam exemplos na história da humanidade para alertar sobre os riscos que estamos correndo. Os alvos já foram os judeus, os protestantes, os estrangeiros, os negros, os comunistas. A vítima sempre foi a liberdade.
A intolerância política, em suas mais diversas formas, alimenta-se do silêncio e da omissão da sociedade quando não nos reconhecemos em cada vítima de seus crimes.
Não podemos nos calar, ou não teremos mais voz.
O Partido dos Trabalhadores está solidário aos familiares e amigos do companheiro Antônio Carlos Furtado.
O PT exige que a lei seja aplicada com rigor contra o assassino de Antônio Carlos e os autores de todos os crimes políticos que vêm ocorrendo sob o governo de extrema-direita.
O PT conclama brasileiros e brasileiras, de todos os partidos, credos e origens, a denunciar e reagir aos ataques contra a liberdade, a democracia e a civilização.
Não à intolerância, ao ódio, à violência, à barbárie.
O Brasil quer paz, justiça e democracia.
Comissão Executiva Nacional do PT
Brasília, 28 de novembro de 2019