A Secretaria de Políticas para Mulheres, que tinha status de ministério no governo do PT, tem sido jogada de um lado para outro pelo desgoverno de Temer
Depois de extinguir o Ministério das Mulheres em um dos primeiros atos do seu desgoverno, o ilegítimo Michel Temer mostra, mais uma vez, o desprezo com a defesa dos nossos direitos. Prioridade nos governos Lula e Dilma Rousseff, a Secretaria de Políticas para Mulheres agora é jogada de um lado para o outro, e, pela terceira, vez muda de Ministério.
A medida, instituída por meio de um decreto publicado na quarta-feira (20), evidencia o descaso com o qual o governo usurpador trata as pautas de igualdade de gênero. A pasta já passou pelo Ministério da Justiça, Secretaria de Governo e agora integra o Ministério dos Direitos Humanos, que é comandado por um homem.
O golpe contra o governo legítimo da presidenta Dilma Rousseff, por si só, foi um prenúncio do que estava por vir. A base do governo golpista é formada majoritariamente por homens brancos, burgueses, machistas e misóginos. Desde muito cedo, o ilegítimo também mostrou, com os seus ministérios, inicialmente sem nenhuma mulher, que ali não havia espaço para nós.
Assim, vieram o desmonte da estrutura da Secretaria e a consequente redução de investimentos na pasta. O avanço de pautas conservadoras – que vão na contramão dos avanços conquistados durante o governo petista – também tomaram fôlego com Temer na Presidência. Além, é claro, da desastrosa Reforma Trabalhista, com impacto direto na vida das mulheres trabalhadoras, especialmente as mais vulneráveis socialmente.
Todos esses atos, representam, em resumo, a assinatura do golpe, que não terminou com a destituição da presidenta Dilma, mas que continua em curso no País, com a implementação de políticas que retiram direitos e, dia após dia, sacrificam a classe trabalhadora, com o fortalecimento de uma estrutura que violenta principalmente as mulheres.
Por isso, repudiamos a forma com que as nossas pautas são tratadas pelo desgoverno de Temer. Defendemos a retomada imediata da democracia, que passa necessariamente pela defesa da candidatura do presidente Lula, para que, assim, possamos continuar no caminho de avanços de direitos, interrompido abruptamente pela ruptura democrática.
Secretaria Nacional de Mulheres do PT