No Brasil circulam 7,6 milhões de armas ilegais, revela Ministério da Justiça

paulo pimenta-D1No Brasil atualmente circulam 7,6 milhões de armas não registradas, pouco menos das 8,4 milhões de armas legalizadas no país. Os dados fazem parte do Mapa do Tráfico Ilícito de Armas no Brasil apresentado hoje (20) pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Os estudos foram realizados em parceria com a organização não governamental Viva Rio. O estudo será o ponto de partida para retomada da campanha nacional pelo desarmamento, a ser mantida no futuro governo. “A posse de armas não socorre o cidadão, só gera mais violência e crime”, afirmou o ministro Luiz Paulo Barreto.

A mesma opinião tem o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que foi relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas na Câmara. “Além de aumentar a fiscalização e intensificar a campanha do desarmamento, é fundamental impedir o abastecimento de armas e munições para conter os avanços do crime organizado no país”, defendeu Pimenta.

O estudo constatou que boa parte das armas apreendidas, mesmo tendo sido compradas em países vizinhos, como Paraguai, são na verdade produzidas no Brasil. O Mapa revela que de cada dez armas apreendidas no Brasil, oito são fabricadas no País e apenas duas foram fabricadas fora.

No Mato Grosso do Sul, que faz fronteira com o Paraguai, 28,3% das armas apreendidas eram fruto de exportação de fabricantes brasileiros. “É um efeito bumerangue: a arma sai legalmente do País e volta para matar brasileiros”, explicou o diretor da Viva Rio, Antônio Rangel, citando que foram identificados 140 pontos de entrada de armas no Brasil, por fronteiras secas.

Para diminuir a vulnerabilidade da fronteira brasileira, Paulo Pimenta, que também foi relator da CPI da Violência Urbana, propõe a criação de um Grupo de Altos Estudos, com o intuito de harmonizar a legislação sobre armas na América do Sul. “Torna-se prioridade para as instituições de caráter diplomático do governo brasileiro e também no ambiente do parlamento do Mercosul, que o Brasil priorize o debate sobre a fabricação, comercialização, importação, exportação e transporte de armas e munições. Atualizar a legislação é fundamental para coibir o avanço da criminalidade”, alertou Pimenta.

Ranking – O estudo realizou um ranking com os estados brasileiros onde há maior descontrole de armas, considerado o fator que mais contribui para a violência urbana. A pior situação estadual é de Rondônia, Sergipe e Amapá. Os melhores avaliados foram São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro.

Vânia Rodrigues, com agências

 

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