“Não tem base para eu cair, isso é luta política”, diz Dilma sobre tentativa de golpe

DILMAFSaoPaulo
 
A convenção de domingo (5), do PSDB, trouxe à tona declarações de políticos da oposição que afirmaram estar prontos para assumir o Governo Federal. Disseram, inclusive, que a presidenta Dilma Rousseff sequer terminaria o seu mandato. A autoridade máxima do País, no entanto, respondeu aos seus opositores: “Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real”.
 
A afirmação ocorreu durante entrevista da presidenta à Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira (7). Questionada de que “parece que está todo mundo querendo” derrubá-la, Dilma não titubeou: “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam”, afirmou.
 
Sobre a “previsão” de que não terminará o seu mandato, Dilma disse se tratar do “ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista”. “Não acho que toda a oposição que seja assim. Assim como tem diferenças na base do governo, tem dentro da oposição. Alguns podem até tentar, não tenho controle disso. Não é necessário apenas querer, é necessário provar”, afirmou.
 
Dilma lembrou que está “lutando incansavelmente para superar um momento bastante difícil na vida do país”. Devido ao clima de ódio no País, ela tem sido vítima de boatarias – como a que afirmou que ela havia tentado suicídio – e alvo até mesmo de adesivos misóginos que visavam manchar a sua imagem.
 
“Outro dia postaram que eu tinha tentado suicídio, que estava traumatizadíssima. Não aposta nisso, gente. Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada. Vivemos numa democracia. Não dá para achar que isso aqui seja uma tortura. Não é. É uma luta para construir um país. Eu não quis me suicidar na hora em que eles estavam querendo me matar! A troco de quê vou querer me suicidar agora? É absolutamente desproporcional”, afirmou a presidenta.
 
Ela respondeu também sobre um suposto envolvimento com as denúncias de corrupção na Petrobras, averiguadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Além de dizer ser “óbvio” não ter participação em esquemas na estatal, condenou os excessos nas investigações.
 
“Comprometer o Estado democrático de direito, não. Foi muito difícil conquistar. Garantir direito de defesa para as pessoas, sim. Impedir que as pessoas sejam de alguma forma ou de outra julgadas sem nenhum processo, também não [é possível]”, disse.
 
As dúvidas quanto à origem das doações da campanha à presidência – que vem sendo alvo de investigações pela Lava Jato – também foram rebatidas. Dilma lembrou que os recursos recebidos pela sua campanha foram “em quase igual valor” ao recebido pelo candidato derrotado no segundo turno, em 2014, o senador tucano Aécio Neves (MG). “O meu é propina e o dele não?”, respondeu sobre supostas delações seletivas que têm sido divulgadas pela imprensa.
 
Economia – Dilma disse ainda que fará o possível para que a recessão econômica seja a menor possível este ano. O governo tem preparado pacotes para reequilibrar as contas e disse ainda que estão sendo preparadas medidas para compensar as mudanças feitas pelo Congresso nas medidas provisórias voltadas ao ajuste.
 
“Quanto mais rápido o ajuste for feito melhor para nós. Nós estamos enfrentando uma inflação de um tiro só. Tivemos uma desvalorização entre 30% e 40% do câmbio, não existe magia quando tem uma desvalorização desta proporção, tem feito inflacionário”, explicou.
 
Quanto à recuperação econômica, a presidenta prevê que ela ocorra no ano que vem, numa visão conservadora. Na mais otimista, essa mudança de cenário pode ocorrer até o final de 2015.
 
PT no Senado Com informações da Folha de S.Paulo
Foto: Pedro Ladeira/FolhaPress

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