Em nota divulgada nesta segunda-feira (24) o governo federal reafirma que não há nenhum centavo dos recursos do Orçamento da União para as obras das arenas de futebol. “Não há um centavo do Orçamento da União direcionado à construção ou reforma das arenas para a Copa. O que existe é uma linha de empréstimo, via BNDES, com juros e exigência de todas as garantias bancárias, como qualquer outra modalidade de crédito do banco”, diz a nota assinada pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
O documento explica também que o teto do valor do empréstimo, para cada arena, é de R$ 400 milhões, estabelecido em 2009, valor que permanece o mesmo até hoje. “O BNDES tem taxas de juros específicas para diversas modalidades de obras e projetos. O financiamento das arenas faz parte de uma dessas modalidades”.
O governo argumenta ainda que “as isenções fiscais não podem ser consideradas gastos, porque alavancam geração de empregos e desenvolvimento econômico e social, e são destinadas a diversos setores e projetos. Só as obras com as seis arenas concluídas até agora geraram 24.500 empregos diretos, além de milhares de outros indiretos, principalmente na área da construção civil”.
Também em coletiva concedida nesta segunda-feira, o ministro Aldo Rebelo disse que os gastos com estádios representam apenas R$ 7,5 bilhões dos R$ 28,1 bilhões previstos nas obras da Matriz de Responsabilidades da Copa. “O restante dos investimentos previstos na Matriz (R$ 20,6 bilhões) destina-se a obras necessárias para o Brasil, que faziam parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e aconteceriam no País, independentemente da Copa”, frisou.
Entre os investimentos previstos estão R$ 8,9 bilhões com mobilidade urbana, R$ 8,4 bilhões com melhorias nos aeroportos (sendo R$ 5,1 bilhões do setor privado) e R$ 1,9 bilhão com segurança.
O deputado Vicente Cândido (PT-SP), integrante da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, disse que os críticos dos gastos com a Copa se esquecem de contabilizar os benefícios que são gerados com o empreendimento. “O evento permitirá a circulação de R$ 112 bilhões no País no período de 2010 a 2014 e gerará R$ 63,5 bilhões de renda para a população, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV)”, citou.
Vicente Cândido disse ainda que é preciso considerar também o legado que ficará no País depois dos eventos. “Além das arenas, as cidades sedes estão ganhando inúmeras obras de infraestrutura, de mobilidade urbana que além de melhorar a vida do brasileiro, servirão como atrativo turístico para além da Copa”. O deputado acrescentou que é inadmissível um país “maravilhoso” como o Brasil, que tem 190 milhões de habitantes, receber apenas 5,4 milhões de turistas/ano. Portugal, segundo ele, que tem apenas 11 milhões de habitantes, recebe 13milhões de estrangeiro/ano.
“Todos esses investimentos para a Copa – obras de mobilidade urbana, portos, aeroportos, segurança pública, energia, telecomunicações e infraestrutura turística -serão indutores do desenvolvimento do turismo, além de gerar empregos e movimentar a nossa economia”, afirmou.
Vânia Rodrigues